Bruxelas mantém em segredo preço das vacinas contra a covid-19. Mas garante que será “acessível”

A Comissão Europeia reiterou, esta terça-feira, que não pode tornar públicos os contratos que está a assinar com as empresas farmacêuticas para a compra antecipada de vacinas contra a Covid-19 por razões de confidencialidade. No entanto, assegurou que os preços acordados para os Estados-membros serão “acessíveis”.

Em conferência de imprensa, o porta-voz para a Saúde do Executivo comunitário, Stefan de Keersmaecker, salientou as razões já partilhadas perante o Parlamento. “As negociações decorrem num ambiente ‘muito sensível’ e os contratos acordados incluem ‘cláusulas de confidencialidade'”, explicou, citado pela EuropaPress.

Segundo o responsável, Bruxelas também está interessada em manter em segredo os detalhes dos contratos porque revelá-los poderia dificultar as negociações com outras farmacêuticas. “Queremos manter a integridade das negociações com outras empresas. Se publicássemos informações sensíveis, seria extremamente difícil negociar com outras empresas”, disse.

Keersmaecker salientou ainda que a Comissão Europeia leva as negociações com os grupos farmacêuticos “extremamente a sério” e estabelece um “pacote” de critérios, tais como preço de cada dose, capacidade de produção, tecnologia utilizada no desenvolvimento do candidato à vacina ou capacidade de entregar as doses adquiridas.

Embora tenha insistido que o preço acordado com cada empresa é confidencial, assegurou que as autoridades europeias procuram vacinas que não só sejam “eficazes e seguras” mas também “acessíveis”. “Este é um princípio importante da nossa estratégia de vacinação”, disse ainda.

A Comissão Europeia fechou esta terça-feira um novo acordo, é já com o quinto, com a farmacêutica CureVac, para a compra de mais 225 milhões de doses de uma vacina contra a covid-19, de acordo com um comunicado do organismo.