Boris Johnson admite receber vacina ‘em direto’ para mostrar que é segura

O primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, poderá ser vacinado contra a covid-19 ao vivo, na televisão, para provar que a vacina da Pfizer que obteve hoje aprovação no Reino Unido é segura, sugeriu a sua assessora de imprensa.

“Todos nós conhecemos o caráter do primeiro-ministro, não creio que fosse algo que Boris Johnson descartasse. Mas também sabemos que o primeiro-ministro não iria querer levar uma vacina que deveria ser dada primeiro a alguém extremamente vulnerável, clinicamente vulnerável”, disse Allegra Stratton, assessora de Johnson, citada pelo Daily Mail.

Os reguladores britânicos foram os primeiros no mundo a aprovar a vacina desenvolvida pela farmacêutica americana Pfizer e pela empresa de biotecnologia alemã BioNTech, abrindo caminho para que a vacinação em massa comece já na próxima semana, no Reino Unido.

As pessoas com maior risco de contrair o novo coronavírus, como os maiores de 80 anos e os residentes em casas de saúde, e também os profissionais de saúde serão os primeiros grupos a receber a nova vacina.

No entanto, o programa Good Morning Britain tem apelado aos políticos e governantes para que eles também recebam a vacina mais cedo do que o resto da população, e que o momento seja transmitido no ar, de modo a encorajar os britânicos a seguir o exemplo.

O secretário da Saúde britânico, Matt Hancock, já aceitou a proposta de que ambos recebessem a vacina em frente das câmaras, acrescentando que “valeria a pena” se isso persuadisse as pessoas. Também a primeira-ministra da Escócia, Nicola Sturgeon, disse que faria o mesmo. “Se eu achasse que ajudaria a persuadir alguém, fá-lo-ia”.

Contudo, Hancock ressalvou que a toma da vacina teria de ser aceite antes. “Teríamos de conseguir que isso fosse aprovado porque, claro, há uma priorização de acordo com a necessidade clínica”, afirmou. “Mas se conseguirmos que isso seja aprovado e se as pessoas acharem que isso é razoável, então estou pronto para o fazer”, sublinhou, citado pelo Daily Mail.

Há quase um mês, no dia 9 de novembro, a Pfizer e a BioNTech anunciaram que a sua vacina experimental tinha uma eficácia de 90%, partindo da análise de 94 casos de covid-19.