Boris contrata assessor que faz comentários racistas e a polémica instala-se
O porta-voz de Boris Johnson, não quis tecer qualquer comentário sobre as afirmações racistas proferidas pelo assessor do primeiro-ministro, recentemente contratado e conhecido por ter opiniões bastante controversas, de acordo com o ‘The Guardian’.
As respostas às questões dos jornalistas sobre o assessor de Boris Johnson foram sempre evitadas pelo porta-voz, que não quis adiantar se o primeiro-ministro se afasta ou não das frases racistas relativas à inferioridade intelectual das pessoas de raça negra. «As opiniões do primeiro-ministro são conhecidas e estão bem documentadas», respondeu o porta-voz repetidamente mais de 10 vezes.
Andrew Sabisky, contratado recentemente para o cargo de conselheiro do primeiro-ministro, no âmbito de um programa para incluir pessoas diferentes no ‘staff’ mais próximo do Governo, acabou por defender a «contracepção forçada».
Sabisky já é conhecido por proferir afirmações polémicas, como aquelas que fez no blogue do actual conselheiro-chefe do primeiro-ministro, Dominic Cummings: «Uma das formas de contornarmos as gravidezes indesejadas, que perpetuam a existência de uma classe inferior, seria a imposição de contracepção a longo-prazo logo na puberdade. Considero que a lei da vacinação abre precedente para tal», disse citado pelo ‘The Guardian’.
O mais recente assessor de Boris Johnson não se ficou por aqui, continuando: «se o quociente de inteligência médio de um negro americano está à volta dos 85, em comparação com o de um americano médio branco, que é de 100, veremos que há uma maior percentagem de negros do que de brancos na faixa dos 75 ou abaixo, um número que nos situa perto de uma situação de atraso mental moderado. Acho que os criminosos com quocientes de inteligência abaixo de 70 não são executados nos Estados Unidos».
Sabisky também já atacou as mulheres, numa publicação sua no Twitter, que entretanto já foi apagada, podia ler-se: «sou muito directo sobre isto: o desporto de mulheres é mais comparável aos paralímpicos do que ao desporto entre homens».
Os trabalhistas, que também viram alguns deputados do seu partido atacados por outro dos tweets de Sabisky, pediram a demissão do jovem do cargo de assessor. Acredita-se que a sua contratação esteve a cargo da ‘Downing Street’, mais concretamente do chefe de gabinete de Johnson, Dominic Cummings, para trabalhar em projectos especiais.
Ian Lavery, líder do Partido Trabalhista, disse: «é nojento que o número 10 não só não tenha condenado os terríveis comentários de Andrew Sabisky, mas também tenha imposto a ideia de que os brancos são mais inteligentes que os negros», disse citado pelo ‘The Guardian’.