Bolsa portuguesa fecha setembro com queda de 5,4% e agrava “fraqueza na recuperação”
No final de setembro o índice português PSI 20 atingiu o valor de 4067 representando uma forte diminuição mensal de -5,4% intensificando a quebra ocorrida no decurso do terceiro trimestre deste ano, segundo análise da MaxYield, divulgada esta quinta-feira.
A estabilidade do PSI 20 verificada nas duas primeiras semanas de setembro, deu origem a uma trajetória descendente na segunda quinzena, terminando o mês a nível próximo do final de março.
Segundo os analistas, a tendência de crescimento ao longo do segundo trimestre foi interrompida pelo terceiro mês consecutivo, que indicia fraqueza e debilidade no processo de recuperação do ‘crash’ bolsista.
Em setembro, merece destaque o comportamento positivo da Corticeira Amorim, da Sonae Capital, da Nova Base, da Pharol e da Semapa, sendo que as taxas de crescimento são de pequena amplitude.
Neste mês, o BCP, a Mota-Engil, a Ibersol, a Galp, a NOS e a Altri constituem referências negativas, apresentando diminuições superiores a 10%.
O índice PSI 20 tem uma variação anual de -22% relativamente a 31 de dezembro de 2019, e apenas as sociedades emitentes EDP, EDP Renováveis, NOVABASE e Pharol apresentam em 2020 crescimento anual das suas cotações.
As empresas com modelos de negócio mais expostos à pandemia, foram afetadas de forma muito intensa e com consequências mais severas, designadamente BCP, Semapa, GALP, Mota-Engil, Navigator, e Ibersol, com diminuição anual das cotações superior a -40% no final do mês de setembro.
Relativamente ao ponto mais baixo do crash bolsista (19 de março / 2020) em que o PSI 20 atingiu o valor de 3596, verifica-se no final de setembro um aumento de 13,1% relativamente àquele mínimo.
Quebra do mercado nacional mais intensa do que ‘no resto do mundo bolsista’
A evolução do PSI20 no mês de setembro, apresenta uma quebra mais intensa que a trajetória de diversos índices internacionais. O comportamento do PSI 20 está a “descolar” pelo lado negativo da tendência evolutiva dos índices europeu
STOXX600, britânico FTSE100 e alemão DAX 30.
O índice alemão DAX 30 continua a destacar-se positivamente do índice europeu STOXX600. Em sentido contrário encontra-se o IBEX35 cujo afastamento do STOXX600 se mantém de forma persistente.
Segundo esta análise, os EUA lideram o processo de recuperação internacional dos mercados bolsistas, sendo que o S&P500, índice composto pelas maiores 500 sociedades cotadas na NYSE, apresenta uma evolução mais rápida e mais acentuada que os índices europeus, embora não tenha “resistido” à tendência geral de quebra das cotações no mês de setembro.
Índice espanhol com fraca performance
O mercado bolsista espanhol medido pelo IBEX 35 apresenta uma diminuição acumulada anual de -30%. Apenas a Iberdola apresenta uma variação anual positiva. No intervalo de diminuição entre -35% e -50% encontram-se a Telefónica, Caixa Bank, Maphre e Merlin.
O Santander, o BBVA, a Repsol e a Telefónica apresentam uma diminuição anual das cotações superior a –
50%.
Por outro lado, mantém-se o gap’ do IBEX 35 em relação ao índice europeu STOXX600.