Bitcoin toca máximo e supera 109.000 dólares antes de tomada de posse de Trump

A bitcoin bateu esta segunda-feira um nível recorde, ao ultrapassar os 109.000 dólares, horas antes da tomada de posse de Donald Trump, que promete políticas favoráveis ao setor e lançou a sua própria moeda digital no fim de semana.

A principal moeda digital por capitalização subiu subitamente por volta das 06h30 em Lisboa, atingindo um máximo de 109.241,14 dólares.

Estava a ser negociada a 106.255,36 dólares por volta das 12h40 em Lisboa.

Na busca de credibilidade, a bitcoin está agora a ser negociada a níveis muito distantes das imaginadas há 16 anos, quando foi criada, e muito acima do valor em 5 de novembro do ano passado, dia das eleições presidenciais nos EUA, quando rondava os 69.000 dólares.

Mas para este mercado, o regresso de Donald Trump à Casa Branca, sobretudo com Elon Musk ao seu lado, é visto como uma dádiva.

Depois de ter descrito as criptomoedas como uma fraude durante o seu primeiro mandato, o futuro presidente mudou de tom durante a sua segunda campanha – que foi parcialmente financiada pelo setor.

O republicano, que deverá esta segunda-feira tomar posse como presidente pela segunda vez, lançou a sua própria moeda digital na sexta-feira à noite, com um sucesso estrondoso: negociada a cerca de sete dólares pouco depois de ter sido lançada, os 200 milhões de ‘tokens’ “Trump” subiram para cerca de 75 dólares cada, antes de rondarem 54 dólares nesta segunda-feira.

Os especuladores interpretaram o lançamento “como um sinal de que a promessa de Trump de fazer dos Estados Unidos a capital mundial da bitcoin” e das criptomoedas “será cumprida”. Os especuladores correram imediatamente para a bitcoin, “receando não beneficiar desta onda de euforia”, disse Susannah Streeter, analista da Hargreaves Lansdown, citada pela AFP.

O futuro Chefe de Estado apresentou a sua nova moeda como uma “memecoin”, uma criptomoeda sem utilidade económica ou transacional, que aproveita um fenómeno viral na Internet – e frequentemente identificada como um ativo puramente especulativo.

Antes da criação desta moeda digital, empresários ligados a Donald Trump lançaram, em meados de outubro, uma plataforma de criptomoedas chamada World Liberty Financial.

No domingo, a futura primeira-dama, Melania Trump, também lançou a sua própria criptomoeda, chamada Melania.

No início de dezembro, o republicano assumiu o mérito de a bitcoin ter ultrapassado a barreira simbólica dos 100.000 dólares e comentou na sua rede social Truth “VALEU A PENA!”.

O preço da bitcoin já tinha sido impulsionado no final da semana passada após a Bloomberg noticiar que o Presidente eleito planeava emitir uma ordem executiva elevando a criptomoeda ao estatuto de prioridade política e dando aos intervenientes no setor uma voz dentro da sua administração.

O artigo refere ainda que está a ser considerada a criação de uma reserva estratégica nacional de bitcoin, que englobaria as atuais participações do Governo na criptomoeda.

Este projeto “poderia acelerar a adoção institucional” da bitcoin, sublinha John Plassard, especialista da Mirabaud, entrevistado pela AFP.

“No entanto, desafios como a volatilidade” dos preços, que flutuam muito, desafios da “cibersegurança e a falta de um quadro económico comprovado para a sua integração ainda impedem uma generalização total”, sublinha.