Bitcoin duplicou o valor e aumentou expetativas em 2024
A Bitcoin revalorizou-se em 120% em 2024 e aumentou as suas expetativas após o triunfo eleitoral de Donald Trump nos Estados Unidos, bem como pela entrada de grandes fundos na sua negociação, segundo a agência Efe.
O ativo digital mais popular viveu este ano o seu quarto ‘halving’ (redução a metade da recompensa recebida pelos ‘mineradores’ do bitcoin), um evento que reduz a criação de novas moedas e normalmente aumenta o seu preço.
A criptomoeda, que começou o ano nos 42.508 dólares, ultrapassou largamente os 100.000 e a 17 de dezembro estabeleceu um novo máximo histórico (108.315 dólares). Por fim, o bitcoin termina o ano a rondar os 94 mil dólares.
Embora a criptomoeda tenha perdido força nas últimas semanas, após a decisão da Reserva Federal dos EUA de abrandar os cortes nas taxas, o impulso vivido até meados de dezembro permitiu-lhe fechar o ano com o preço mais alto da sua história a 31 de dezembro.
No entanto, este impulso ascendente não foi maior do que o de 2023, quando passou de 16.539 dólares para 42.508 dólares, um aumento de 157% que 2024 não conseguiu superar.
Ainda assim, a bitcoin atingiu vários marcos este ano que o consolidaram como um ativo financeiro mais sólido.
Em janeiro, o regulador de valores mobiliários dos EUA (SEC) aprovou a comercialização dos primeiros fundos negociados em bolsa (ETFs) ligados ao preço à vista do Bitcoin, marcando um marco no âmbito regulatório deste criptoativo.
A decisão da SEC fez com que grandes gestores entrassem neste mercado, além de abrir a possibilidade aos investidores de retalho de possuírem bitcoins sem se exporem a plataformas criptográficas.
Embora a SEC tenha afirmado que a decisão de aprovar estes onze ETF não significa que o regulador norte-americano aprove ou apoie a bitcoin, a sua decisão reforçou a criptomoeda, que Donald Trump abordou durante a campanha eleitoral.
Trump prometeu fazer dos Estados Unidos a “capital criptográfica do mundo” e estabelecer uma “reserva estratégica”. Desde a sua vitória eleitoral, a 06 de novembro, a criptomoeda subiu 35%.
O republicano anunciou que o novo presidente da SEC será Paul Atkins, um conservador que presta consultoria a empresas financeiras e empresas de criptomoedas, o que aumentou ainda mais a euforia por este ativo digital.
No caminho iniciado em janeiro pela SEC, entrou na segunda-feira em vigor o regulamento da União Europeia (UE) que irá regular a emissão e negociação de criptoativos, conhecido como MiCA, embora, como alertou a Autoridade Europeia de Valores Mobiliários e Mercados (ESMA), este regulamento não protege os investidores ao mesmo nível que outros instrumentos financeiros.
Olhando para 2025, a plataforma Bit2Me acredita que 2024 “foi apenas o início de uma mudança estrutural no sistema financeiro” e, por isso, considera que este ano “lançou as bases para um crescimento sustentado e uma maior adoção da bitcoin”.
De acordo com a consultora Ernst and Young (EY), “a aprovação dos ETFs Bitcoin nos EUA melhorou a legitimidade dos ativos digitais, proporcionando um maior acesso aos investidores institucionais e melhorou a liquidez do mercado”.
“O sucesso destas operações, no entanto, depende também da superação de desafios regulatórios e da demonstração de estruturas de ‘compliance’ [conformidade] robustas”, sublinha a EY.
A criptomoeda, que passou de 16.500 dólares para 100.000 dólares em dois anos, aguarda em 2025 a concretização das inúmeras promessas que o republicano Donald Trump fez ao setor, bem como os efeitos que poderão ter noutras regiões.