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Bica ou cimbalino? Certo é que o preço vai disparar
Os preços globais do café deverão subir para 5,12 euros (4,4 libras) por quilo ainda este ano, de acordo com dados da IBISWorld, citados pelo ‘The Guardian’. A explicação para o aumento tem por base um alerta que os cientistas têm vindo a deixar há bastante tempo: as alterações climáticas.
Em julho, uma atípica onda de frio assolou uma importante região produtora de café arábica do Brasil, destruindo um terço da colheita.
Agricultores em regiões produtoras de café do Brasil têm enfrentado uma série de secas nos últimos anos e, embora as geadas sejam comuns em julho e agosto, a rapidez e gravidade do evento mais recente surpreendeu os produtores.
Problemas na cadeia de abastecimentos
Tom Baker, fundador da Mr Black Roasters and Distillers, sediada em Sydney, apercebeu-se da situação quando, este ano, a remessa chegou com um preço bastante mais elevado. “A sensação era quase de desespero. Estávamos à espera porque tudo subiu… vidro, café, papel. Tudo subiu e não uma pequena percentagem”, continuo o empresário.
Todos os anos, a sua empresa importa entre 150 e 200 toneladas de grãos de café. Devido a paralisações na cadeia de abastecimentos devido à pandemia, o custo de um único contentor de entre aumentou de 3.840 euros para 11.640 euros.
Segundo Suzy Oo, analista sénior de indústria da IBISWorld, o custo da entrega contribuiu para que o recente aumento do preço do grão de café fosse o maior desde 2014.
Contudo, apesar de especialista antever que os preços diminuam nos próximos meses, aponta as alterações climáticas como outros dos fatores para o aumento do preço. “Há também, é claro, as condições climáticas extremas no Brasil, que é o maior fornecedor mundial de grãos de café”.