BCE decidirá em julho se prorroga restrição de dividendos bancários até 2021
O Banco Central Europeu (BCE) espera anunciar em julho próximo se estenderá até o próximo ano as restrições que inicialmente limitaram até outubro próximo a capacidade dos bancos europeus de distribuir dividendos ou realizar recompras de ações, como recomendou o Conselho Europeu do Risco Sistémico (ESRB), noticiam agências internacionais.
Segundo indicou, esta terça-feira, o presidente do Conselho de Supervisão do Banco Central Europeu (BCE), Andrea Enria, a instituição reconsiderará a situação face à recomendação do ESRB e discutirá esta questão no seu conselho de supervisão para poder fornecer uma indicação aos bancos “em breve”.
“Espero que seja em julho”, disse o italiano, que indicou o interesse dos bancos europeus em saber qual será a posição do órgão regulador antes da publicação de suas contas no segundo trimestre.
Recorde-se que o CERS, presidido por Christine Lagarde, emitiu uma recomendação de que as autoridades instem as instituições financeiras sob sua supervisão a abster-se de distribuir dividendos e realizar recompras de ações próprias “até pelo menos 1 de janeiro de 2021 “, o que significa prolongar a moratória em vigor por pelo menos três meses.
Em março passado, o BCE instou os bancos a não pagarem dividendos a seus acionistas até pelo menos em outubro próximo, sejam por conta de 2019 ou 2020, devido ao impacto do coronavírus Covid-19, a fim de aumentar a capacidade das entidades de absorver perdas e apoiar empréstimos a famílias, pequenas empresas e empresas durante a pandemia.
Andrea Enria chegou a alertar em abril que o BCE usará as medidas legais à sua disposição para obrigar os bancos a não pagar dividendos, tendo informado o Parlamento Europeu, em maio passado, que o banco europeu suspendeu o pagamento de mais de 27 mil milhões de euros em dividendos aos seus acionistas devido à pandemia, o que representa 75% do total de que as instituições financeiras planeavam distribuir antes do surto da doença.