Barril de petróleo a 100 dólares pode ser o presente que ninguém quer para outubro, mas pode mesmo acontecer
Enquanto o Médio Oriente se encontra em tumulto, o mercado de petróleo tem-se mantido relativamente estável, sem uma subida acentuada dos preços, apesar da ameaça de uma guerra na região, essencial para a produção de energia global.
Nos últimos dias, os preços do petróleo aumentaram, mas de forma contida, à medida que investidores se mostram cautelosos. Segundo especialistas contactados pela ‘CNN’, o comportamento reflete uma atitude de ceticismo, após crises geopolíticas anteriores que não resultaram em interrupções significativas no fornecimento de petróleo. Desta vez, os mercados aguardam provas de uma disrupção real antes de reagir com aumentos substanciais nos preços.
No entanto, analistas alertam que a situação continua a apresentar um risco elevado. Um eventual conflito entre Israel e o Irão pode trazer graves consequências, afetando não só a economia mundial, mas também o cenário político, nomeadamente as eleições presidenciais nos Estados Unidos.
Apesar dos recentes ataques com mísseis do Irão a Israel, o mercado de petróleo reagiu de forma contida, com um aumento de apenas 2,4% no preço por barril. Este comportamento reflete uma preocupação com o excesso de oferta global, as dificuldades económicas na China e as disputas internas na OPEP+, organização liderada pela Arábia Saudita e pela Rússia.
A grande questão agora é como Israel irá retaliar face ao Irão e se essa resposta poderá interromper o fluxo de petróleo da região. Até ao momento, não houve interrupções significativas, mas analistas alertam para a possibilidade de o Irão responder a ataques diretos a instalações energéticas, o que poderia causar sérios danos à infraestrutura petrolífera.
Um ponto de preocupação central é o Estreito de Ormuz, a via marítima mais importante para o transporte de petróleo global. Um bloqueio desta rota crucial poderia fazer os preços do petróleo ultrapassar os 100 dólares por barril, com repercussões significativas para a economia mundial.
Embora seja considerado improvável um cenário deste tipo, a possibilidade não pode ser descartada, especialmente à medida que a situação no Médio Oriente se agrava.