Autárquicas: Mariana Vieira da Silva diz que não está “disponível para concorrer a nenhuma câmara”
A ex-ministra da Presidência e dirigente do Partido Socialista (PS), Mariana Vieira da Silva, afastou-se oficialmente de qualquer candidatura nas próximas eleições autárquicas. Esta quarta-feira, Vieira da Silva afirmou que “não está, nem nunca esteve em cima da mesa, nenhum outro desafio autárquico” além da possibilidade de concorrer à Câmara Municipal de Lisboa, hipótese essa que não se concretizou, segundo referiu a própria em declarações ao programa Casa Comum, da Rádio Renascença.
Com a escolha de Alexandra Leitão para encabeçar a lista socialista à Câmara de Lisboa, feita pelo líder do PS, Pedro Nuno Santos, Mariana Vieira da Silva deixou claro que não participará na corrida autárquica de 2025. “Não estarei disponível para concorrer a nenhuma câmara”, declarou de forma categórica. Vieira da Silva, que era vista como a escolha mais provável para a capital, desejou ainda “boa sorte” e “bom trabalho” a Alexandra Leitão.
“Conheço a Alexandra Leitão há muitos anos, acho que ela tem muitas qualidades e desejo-lhe um bom trabalho e boa sorte, porque é preciso derrotar Moedas”, sublinhou, referindo-se ao atual presidente da Câmara de Lisboa, Carlos Moedas.
Associada a uma ala moderada do PS e próxima de Fernando Medina, ex-presidente da Câmara de Lisboa, Mariana Vieira da Silva defendeu que o partido deve preservar o seu legado político. “O património político do PS deve ser defendido, como qualquer instituição”, afirmou, salientando a importância de reconhecer os aspetos positivos da gestão anterior enquanto se promovem mudanças necessárias.
Questionada sobre a provável coligação do PS com o Bloco de Esquerda, Mariana Vieira da Silva alertou para a necessidade de equilibrar as negociações. “As conversas com o Bloco de Esquerda têm de ter em conta o peso que cada um dos partidos tem nessas negociações”, afirmou, destacando que o peso dos bloquistas é “menor” e que qualquer acordo deve seguir o modelo da geringonça do primeiro governo de António Costa: “Isto é aquilo em que nós concordamos e nestes termos não estamos de acordo e não podemos contar com os votos uns dos outros.”
Vieira da Silva também apontou para as incertezas que o partido Chega traz às eleições autárquicas. “Como é que será a tradução da força que o Chega ganhou no nosso espaço político para um contexto autárquico?”, questionou, sublinhando a necessidade de o PS iniciar rapidamente o trabalho programático e organizativo para enfrentar as eleições com sucesso.
Mariana Vieira da Silva insistiu na urgência de começar a trabalhar nas candidaturas locais, alertando para as “dificuldades” que as autarquias enfrentam no contexto de uma descentralização com mais competências. No encerramento das suas declarações, reafirmou o apoio a Alexandra Leitão, salientando a importância de “derrotar Moedas” nas próximas eleições.