Austrália cobra 610 euros para retirar cidadãos de Wuhan
O governo australiano anunciou que vai transferir os cidadãos presos na cidade chinesa de Whuan, para um centro de detenção de migrantes, situado na ilha australiana Christmas, onde vão permanecer em quarentena por um período de 14 dias. Contudo, a medida não será gratuita, quem quiser ser levado para o centro, terá de pagar cerca de 610 euros, de acordo com o ‘The Sydney Morning Herald’.
Assim que o período de quarentena terminar, os cidadãos serão transportados para a cidade australiana de Perth, na costa oeste do país, onde nessa altura, terão de pagar novamente o retorno às suas habitações. Perth é conhecida por ser uma das metrópoles mais isoladas do mundo, com a cidade mais próxima a mais de 2.100 quilómetros de distância. «Não posso evacuar um hospital em Sydney, ou Melbourne, para isolar as pessoas», referiu o ministro da administração interna da Austrália, Petter Dutton, em defesa da medida.
A Ilha Christmas é popularmente conhecida por abrigar um centro de detenção de migrantes, fortemente criticado por organizações de direitos humanos como a Amnistia Internacional. Inaugurado em 2008, encerrado em Outubro de 2018 e depois reaberto em 2019, este centro foi palco de vários conflitos, suicídios e cenas de auto-mutilação, devido às duras condições a que as pessoas foram sujeitas, muitos dos quais menores de idade.
Alguns australianos, retidos em Wuhan já rejeitaram o plano do primeiro-ministro Scott Morrison, «muitos disseram que não podiam aceitar… Afinal, todos sabem que o tipo de lugar que é a Ilha Christmas», declarou um dos retidos na cidade chinesa à imprensa local.
“Estamos focados no público mais vulnerável, sobretudo bebés e idosos. Essa é a nossa prioridade em qualquer operação que possamos implementar ”, disse o primeiro-ministro australiano na quarta-feira, quando anunciou o plano de evacuação. O executivo enfatizou que a operação ainda não foi acordada com as autoridades chinesas.
«Estamos a agir muito rapidamente, para garantir que podemos pôr em prática o plano e realizar a operação», acrescentou Morrison, depois de insistir que aqueles que desejam aceitar a ajuda devem decidir-se rapidamente.