“Assassinato político absolutamente inaceitável”: Rússia lamenta morte do principal líder político do Hamas

A morte do principal líder político do Hamas, Ismail Haniyeh, foi, de acordo com o Kremlin, “um assassinato político absolutamente inaceitável”, relatou esta quarta-feira o vice-ministro dos Negócios Estrangeiros, citado pela agência de notícias estatal ‘RIA’.

“Este é um assassinato político absolutamente inaceitável e levará a uma nova escalada de tensões”, salientou Mikhail Bogdanov, destacando que o assassinato também terá um impacto negativo nas negociações de cessar-fogo em Gaza.

A Rússia, que mantém relações com os países árabes, o Irão e o Hamas, bem como com Israel, tem condenado frequentemente a violência na região e acusou os Estados Unidos de ignorarem a necessidade de um Estado palestiniano independente.

Os Guardas da Revolução iranianos comunicaram hoje que o chefe do Hamas e um guarda-costas morreram num ataque à casa onde Haniyeh se encontrava em Teerão.

“A residência de Ismail Haniyeh, chefe do gabinete político da resistência islâmica do Hamas, foi atacada em Teerão e, devido a este incidente, ele e um guarda-costas morreram”, refere o comunicado.

Até ao momento, o ataque não foi reivindicado.

As autoridades israelitas não confirmaram qualquer operação em Teerão.

Haniyeh nasceu no campo de refugiados de Al-Shati, na Faixa de Gaza ocupada pelo Egito em 1962 e estudou na Universidade Islâmica de Gaza, onde se envolveu pela primeira vez com o Hamas.

Licenciou-se em literatura árabe em 1987.

Foi escolhido para dirigir um gabinete do Hamas em 1997 e em 2006 liderava a lista do movimento que venceu as eleições legislativas palestinianas, transformando-se no primeiro-ministro de um governo de unidade com o Fatah de Mahmud Abbas.

As divergências entre as duas formações terminaram com a expulsão do Fatah de Gaza e a tomada do poder no enclave pelas forças fundamentalistas, governado pelo Hamas desde 2007.