Apple acaba de anunciar uma ‘divisão de ações’. Que relevância terá para os investidores?
Na apresentação dos resultados do terceiro trimestre, esta quinta-feira, a Apple anunciou que o Conselho de Administração aprovou um “desdobramento de quatro por um”, ou seja, todos os investidores que atualmente possuem ações receberão três ações adicionais após o encerramento do mercado, no próximo dia 24 de agosto.
Com as ações da Apple a serem negociadas a cerca de 400 dólares (aproximadamente 338 euros) nas últimas horas, o novo preço para os detentores será de cerca de 100 dólares (cerca de 84 euros) quando começar a ser negociado num mercado ajustado pelo desdobramento, a 31 de agosto.
As divisões de ações são cosméticas, o que significa que não mudam nada nos fundamentos subjacentes de uma empresa. Mas podem levar a um interesse renovado de pequenos investidores, tornando as ações, entretanto mais baratas, mais acessíveis.
Segundos analistas, à ‘CNBC’, a decisão da Apple não é incomum, e a própria empresa já havia decretado desdobramentos de ações no passado. A divisão mais recente da gigante da tecnologia ocorreu em 2014, o que viria a abrir, finalmente, as portas para entrar no Dow Jones Industrial Average.
O índice de 30 ações é ponderado pelo preço, o que significa que o impacto da mudança de uma empresa no preço das ações é determinado pela quantidade de ações negociadas. Atualmente, a Apple é a ação com o preço mais alto do índice, o que pode ter influenciado a decisão da empresa de anunciar esta divisão.
A Apple esclareceu ainda, em comunicado, que aprovou a divisão para tornar “as ações mais acessíveis a uma base mais ampla de investidores”.
Por vezes, os desdobramentos de ações têm má reputação, uma vez que as ações podem ser noticiadas, mesmo que a empresa não tenha procedido a uma mudança significativa.
Durante a bolha da tecnologia, por exemplo, várias empresas promulgaram desdobramentos de ações, o que alimentou especulações desenfreadas e elevou as ações sem o crescimento dos ganhos para apoiar o preço. Ultimamente, muitos investidores temem que as ações de tecnologia estejam a correr muito à frente dos seus fundamentos, como fizeram naquele período especulativo.