Ameaças e insultos: Família do triplo homicida de Lisboa sob proteção da PSP no regresso a casa

Os familiares de Fernando Silva, o homem procurado pela polícia por um triplo homicídio que ocorreu na Penha de França, em Lisboa, voltaram na segunda-feira ao Bairro do Vale, uma semana após o crime que chocou a comunidade. A visita da família à antiga residência foi marcada pela necessidade de proteção por parte da Polícia de Segurança Pública (PSP), que já mantinha equipas de prevenção na zona devido à gravidade do caso.

A mãe de Fernando Silva, que se dirigiu ao local para recolher roupas e outros bens pessoais, necessitou de proteção policial para evitar confrontos. Segundo testemunhas, ela foi alvo de insultos por parte da comunidade, refletindo a tensão e a indignação geradas pelo ato violento que resultou na morte de três pessoas.

Em declarações ao Correio da Manhã, uma fonte oficial da PSP minimizou a situação, afirmando que não houve qualquer intervenção excecional durante a visita da família. “Devido à violência do caso e às repercussões que teve, temos mantido equipas de prevenção no local e foi nesse contexto que atuaram, evitando situações de violência,” explicou a mesma fonte.

A necessidade de segurança torna-se evidente, especialmente após os incidentes que se sucederam ao triplo homicídio. Na noite seguinte ao crime, duas viaturas pertencentes à família de Fernando Silva foram incendiadas, e houve ameaças explícitas de que a autocaravana do alegado homicida seria o próximo alvo. No entanto, este ato de vandalismo não se concretizou, em parte devido ao reforço policial que foi implementado na área.

As cerimónias fúnebres dos três indivíduos assassinados – Carlos Pina, Bruno Neto e Fernanda Júlia – decorreram durante o fim de semana, em um ambiente de luto e respeito, sem registo de incidentes. A morte destes três cidadãos, que estavam a passar por uma situação de conflito que culminou em violência extrema, deixou a comunidade local em estado de choque e dor.