Ameaças de Putin de congelar a Europa saíram pela culatra: Rússia enfrenta cortes de energia e milhares de cidadãos estão sem aquecimento com temperaturas de -25°C

As ameaças de Vladimir Putin de deixar a Europa ‘congelada’ parecem ter-se ‘voltado’ para a Rússia, conforme se sucedem os cortes de energia por todo o país – dezenas de milhares de russos não têm aquecimento em casa na região de Moscovo, depois de uma explosão no cano principal de aquecimento numa fábrica de munições em Klimovsk, na cidade de Podolsk, perto da capita russa.

Não é só Moscovo que congela: Rostov, São Petersburgo, Volgogrado e Voronezh também foram afetadas por longos cortes de energia: há relatos de fogueiras na rua para se aquecerem.

“A Rússia prometeu congelar a Europa, mas agora está a congelar-se. Os acidentes em empresas de serviços públicos são sistémicos e as autoridades russas não conseguem lidar com eles”, garantiu Anton Gerashchenko, conselheiro do ministro de assuntos internos da Ucrânia, numa publicação na rede social ‘X’.

“A propósito, a tese do ‘congelamento da Europa’ é regularmente mencionada pelas autoridades russas, que ameaçam cortar o fornecimento de gás aos países ocidentais se as exigências políticas do Kremlin não forem satisfeitas”, reforçou Gerashchenko, que lembrou o vídeo publicado, em setembro de 2022, pela gigante energética Gazprom.

“A Gazprom lançou um vídeo para a música ‘E o inverno será longo’, em que um homem com a inscrição ‘Gazprom’ no uniforme fecha a válvula do gás, depois disso ocorre uma ‘era do gelo’ nas cidades europeias”, recordou, salientando: “Como podemos ver, na realidade são os russos que estão a congelar.”

No passado domingo, dois centros comerciais na segunda maior cidade da Rússia, São Petersburgo, foram forçados a fechar devido a problemas de luz e aquecimento, garantiu a publicação ’78.ru’ – centenas de outras casas na cidade ficaram sem eletricidade, água ou aquecimento durante dias, quando as temperaturas registavam -25°C.

As autoridades russas também foram forçadas a compensar os passageiros de um comboio trem que ia de Samara a São Petersburgo (uma viagem de 20 horas) sem aquecimento durante temperaturas de -30°C.