Aliados de Putin sugerem afundar o Reino Unido com armas nucleares
A possibilidade de a guerra na Ucrânia se transformar num confronto nuclear tem feito diversas personalidades russas, desde políticos importantes a figuras dos media, emitirem um severo alerta a um dos principais aliados de Kiev na NATO.
No programa ‘Evening with Vladimir Solovyov’, um talk show russo que apresenta figuras políticas e comentadores proeminentes, o apresentador homónimo discutiu um post ameaçador de Dmitry Medvedev, ex-presidente russo, nas redes sociais. “Precisamos resolver o problema pela raiz e afundar imediatamente a maldita ilha dos cães anglo-saxões”, escreveu, em resposta a uma sugestão, feita no final de setembro, pela esquiadora russa Elena Vyalbe, de “jogar uma bomba séria no centro de Londres”, depois de a União Internacional de Biatlo ter confirmado a proibição de atletas russos.
O membro da Duma Estatal Andrey Gurulyov respondeu que o Ocidente está a tentar “destruir” a Rússia com as suas ações na Ucrânia, que descreveu como “outra Grande Guerra Patriótica” — um termo usado na Rússia para se referir ao conflito da União Soviética com a Alemanha nazi. “Reúnem-se duas vezes durante cada século e tentam-nos destruir”, destacou Solovyov. “Não estão a entender, então temos de apanhá-los.”
Os avisos ameaçadores do apresentador de TV ecoam os feitos por figuras políticas mais proeminentes e surgem por entre preocupações crescentes sobre a escalada da guerra da Rússia com a Ucrânia. No final de setembro último, Putin anunciou que o seu país reavaliaria a sua política de dissuasão nuclear e alertou que provocações da Ucrânia e os seus aliados poderiam cruzar a linha vermelha de Moscovo sobre o uso de armas nucleares.
Essas diretrizes atualizadas, de acordo com o presidente russo, considerariam “a agressão contra a Rússia por qualquer estado não nuclear, mas com a participação ou apoio de um estado nuclear, como um ataque conjunto à Federação Russa”.