ADSE: Copagamentos podem vir a custar mais 200%

A situação foi denunciada por Eugénio Rosa, economista e membro do Conselho Directivo da ADSE, que alertou para a possibilidade de os custos dos copagamentos cobrados por cuidados de saúde, virem a aumentar exponencialmente, levando os beneficiários do serviço a pagarem por uma consulta, por exemplo, até 12 euros, enquanto que actualmente o valor é de apenas 3,99 euros, correspondendo a um aumento de 200%.

O economista refere numa publicação no seu blogue, que a principal causa desta situação é a tentativa de «resolver o problema das tabelas do regime convencionado à custa dos beneficiários, ou seja, por meio de aumentos percentuais significativos nos copagamentos e da criação de escalões de comparticipação para desincentivar o consumo».

O que Eugénio Rosa indica é uma subida inicial para 8 euros nos copagamentos, o equivalente a mais 100,5% relativamente aos 3,99 euros actuais, podendo mesmo vir a atingir os 12 euros, a partir das 12 consultas anuais, registando assim uma subida de 200,8%.

O Governo prometeu a conclusão da proposta das tabelas completas para o regime convencionado, no final de Março, já que a data inicialmente prevista, de Dezembro de 2019, foi ultrapassada, e é no âmbito desta revisão que os copagamentos podem vir a ser aumentados.

O presidente do Conselho Geral e de Supervisão da ADSE, revelou ao Expresso que alguns elementos do Conselho Directivo pretendem aumentar os copagamentos, mas ressalva que não se aceitam «aumentos injustificados». Acrescenta ainda: «uma coisa é o que alguém pensa, outra é o que pensa o CGS e ainda outra é o que pensa o Governo, que é quem terá de homologar as novas tabelas de preços».