AD venceu, mas sem maioria e com Chega decisivo: Quais são os cenários de governabilidade em cima da mesa?

As primeiras projeções cantaram logo a vitória da Aliança Democrática nas eleições legislativas deste domingo mas, com o avançar da noite eleitoral foram ‘apertando’ a vantagem da coligação liderada por Luís Montenegro para o PS de Pedro Nuno Santos. Com o Chega como outro dos grandes vencedores da noite, com 18,06%, e a ser a força política com que todas as outras, antes das eleições, recusaram alianças ou acordos, os cenários de governação em Portugal adivinham-se difíceis e com contornos ainda pouco definidos.

No entanto, podem-se antecipar já algumas hipóteses, tendo em conta os resultados já apurados, e faltando apenas conhecer-se para quem vão os quatro mandatos do círculo eleitoral fora da Europa.

Os cenários possíveis
Com um parlamento maioritariamente de direita (Para já com 79 deputados da AD, 48 do Chega e 8 da IL), e sabendo que são 230 os deputados na Assembleia da República, o resto é aritmética (e fazer as contas complicadas).

Luís Montenegro reforçou pode várias vezes na campanha o “não é não” a acordo com o Chega, mas a verdade e que agora, mesmo chegando a acordo com a IL, só garante 87 deputados e continuaria em minoria no Parlamento.

Por outro lado uma reedição da geringonça liderada pelo PS está afastada: Os socialistas, mesmo juntos com o PS, Bloco, CDU, Livre e PAN conseguia apenas 91 deputados, insuficientes para assegurar a governação estável.

Assim, será Ventura o ‘decisor’ e, como lhe chamou a imprensa internacional, o ‘fazedor de reis’, que irá decidir as linhas da governação, tendo já prometido usar os seis quase 50 deputados para pressionar Montenegro. É que com os deputados do Chega, a AD já contaria com maioria. Tudo dependerá da vontade dos líderes políticos, sendo que o presidente do Chega já classificou como uma “irresponsabilidade” afastará uma solução governativa à direita.

E se se mantém o ‘não é não’ de Montenegro?
Perante a recusa do líder do PSD de entendimentos com o Chega, a peça-chave é Pedro Nuno Santos. O líder socialista já afastou solução à esquerda numa nova geringonça, e uma tática como a do seu antecessor em 2015, pelo que ficou patente que o PS não irá inviabilizar a formação de um Governo da AD.

No entanto, prometeram os socialistas forte oposição e, nesse sentido, não ficou numa sequer a no ar, até agora, a hipótese de um compromisso para aprovar, por exemplo, o Orçamento do Estado que Luís Montenegro terá de apresentar.

Vai mesmo Montenegro ser primeiro-ministro?
O líder social-democrata só disse que não seria primeiro-ministro se ficasse em segundo lugar, o que não se verificou. Falta agora o passo seguinte, que será Marcelo a convidar o líder da AD para formar Governo.

Em 2015, depois de ser inviabilizado o Governo de Passos Coelho, Cavaco Silva foi forçado a indigitar António Costa como primeiro-ministro, com apoio do BE e CDU. No entanto, desta vez a possibilidade está afastada, já que iria colidir com uma maioria absoluta de direita no parlamento, e seriam 135 deputados (AD, IL e Chega) a inviabilizar uma segunda geringonça.

Ler Mais



Comentários
Loading...