Ações da Kodak disparam 400% à boleia do desafio de Trump para produzir genéricos para a Covid-19
As ações da Eastman Kodak dispararam, esta quarta-feira, depois de o Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump ter anunciado um acordo com a pioneira da fotografia para produzir ingredientes para medicamentos genéricos que vão responder à pandemia do novo coronavírus.
As ações da Kodak, na última sessão em bolsa, subiram cerca de 410%, para aproximadamente 40 dólares por ação, depois de já ter registado um pico de mais 570%. As negociações foram interrompidas mais de 10 vezes, na manhã de quarta-feira, devido à volatilidade, noticia a ‘CNBC’.
Na terça-feira, as ações subiram 203%, naquele que foi até então o seu melhor dia, e já sob o efeito da notícia de que o governo dos EUA lhe concedeu um empréstimo de 765 milhões de dólares para começar a produzir substâncias médicas, ao abrigo da Lei de Produção de Defesa, a primeira do género.
“O artigo 33.º da Lei de Produção de Defesa mobilizará a Kodak para produzir ingredientes farmacêuticos ativos e genéricos”, disse Trump, em conferência de imprensa, acrescentando que o plano é “trazer de volta os empregos, fazendo com que América se torne o principal fabricante e fornecedor médico do mundo”.
A Kodak, por seu turno, fez saber que produzirá componentes farmacêuticos que foram identificados como essenciais, mas que sofreram uma escassez crónica nacional, conforme definido pela ‘Food and Drug Administration’.
O aumento no preço das ações elevou o valor de mercado da Kodak para 347 milhões de dólares, desde o necerramneto da bolsa, esta terça-feira. Antes das negociações de terça-feira, tinha um valor de mercado de cerca de 115 milhões de dólares.
Com o enorme salto de quarta-feira, as ações subiram mais de 1.000% apenas nesta semana, e a este ritmo poderá atingir um valor de mercado de mais de mil milhões de dólares. Neste contexto, a empresa já decidiu expandir as instalações existentes em Rochester, Nova Iorque e em St. Paul, Minnesota, sob a alçada do novo braço, a Kodak Pharmaceuticals.
Recorde-se que a empresa, de 131 anos de idade, entrou em falência em 2012, altura em que não foi poupada ao impacro da mudança para as máquinas fotográficas digitais. Agora, esta mudança para a produção de medicamentos pode marcar uma viragem na luta da sobrevivência da antiga líder em cinema e fotografia.