Abusos sexuais na Igreja Católica: Diocese de Lisboa pronuncia-se amanhã sobre lista de padres suspeitos

O bispo auxiliar do Patriarcado de Lisboa, Américo Aguiar, anunciou esta quinta-feira que a diocese de Lisboa vai-se pronunciar amanhã, dia 10 de março, sobre as medidas que a ser aplicadas aos padres suspeitos de abuso sexuais de menores.

Já com a lista com os nomes dos padres de Lisboa, a Comissão Diocesana vai hoje reunir-se “para propor as medidas que acha que devem ser aplicadas”, divulgou Américo Aguiar ao explicar que cada diocese tem o seu “ritmo”.

Ao mencionar a decisão das dioceses do Funchal, Évora e Angra de afastar padres abusadores, o bispo esclareceu que “no que diz respeito a Lisboa, nos próximos dias a Comissão recomendará o que deve fazer o Patriarca quanto a cada uma pessoas”.

“Se a Comissão disser que as pessoas A, B ou C devem ser afastadas do público e do Ministério, elas serão”, confirmou fazendo questão de salientar que ‘afastar’ difere de ‘suspender’. “Estamos num estado de direito” que afasta “juízos e decisões que não respeitem todas as regras”. “O respeito pelas vítimas também é fazer tudo direitinho”, reiterou.

Quanto às declarações do bispo de Beja, que defendeu que os padres abusadores poderiam ser perdoados, Américo Aguiar confessou entender “que os portugueses se possam sentir baralhados com pronunciamentos que possam não vir ao encontro daquilo que é a expectativa das pessoas” ao acrescentar que, de momento, não se trata de uma “reflexão sobre o perdão e a misericórdia a um pecador ou criminoso”, mas de recordar que foi dado “um ano e tal para dar voz ao silêncio, que terminou”.

“Agora é momento da justiça, verdade e ação”, frisou Américo Aguiar ao argumentar que “se a pessoa condenada não tiver condições para cumprir a indemnização, [defendo] que a Igreja o deve suprir”. Contudo, mencionou que “se ficou claro, evidente, sem dúvidas para ninguém que, da parte da Igreja, nesse processo, houve encobrimento, colaboração ou assobiar para o lado”, a instituição religiosa deve também responsabilizar-se pela indemnização a ser paga à vítima.