“A pressão mantém-se”: Santa Maria com constrangimentos nos internamentos e Pediatria, devido à falta de médicos e doenças sazonais

A situação de vários hospitais do SNS está a complicar-se. Se ontem o Hospital de Santa maria, em Lisboa, tinha mais de 50 doentes à espera de internamento, hoje a situação na melhorou muito.

“A pressão mantém-se, mas estamos a fazer o nosso trabalho”, assegurou esta manhã aos jornalistas o diretor clínico do Santa Maria, Rui Tato Marinho. “Temos uma equipa de gestão de camas, que são quatro enfermeiros com muita experiencia, que estão a tentar alocar as pessoas que precisam de internamento nos lugares onde há camas vagas”, explicou o responsável.

Face ao fim de semana, há casos que se mantém desde então, mas o diretor clínico não precisou quantos. “Há muitos doentes no serviços de urgência em maca, muitas pessoas de idade, e há situações complexas, que precisam de exames complementares, análises, e de serem observados por vários especialistas… Pode demorar muito tempo”,  indicou Tato Marinho.

De acordo com o responsável, há “100 doentes em circulação nas urgências” e “talvez cerca de 50 a aguardar” internamento.

O responsável assegura que o hospital está preparado para um eventual aumento da procura nos próximos dias e semanas, devido à descida das temperaturas esperada, mas apelou à população para que recorra primeiro ao SNS 24 e aos centros de saúde, antes de se dirigir às urgências hospitalares.

Tato Marinho sublinha que “a grande maioria” dos médicos do Hospital de Santa Maria não entregou as minutas de escusa às horas extraordinárias para além do limite legal, e que tem “vários médicos a trabalhares 24 horas num dia, vários dias por mês”.

A situação, no entanto, é mais grave em Pediatra. Ana Isabel Lopes, diretora deste serviço em Santa Maria, explicou que “desde o encerramento das urgências pediátricas, durante o período da noite em alguns hospitais na Área Metropolitana de Lisboa, a situação agudizou-se”.

Ana Isabel Lopes aponta, para além deste, outros dois fatores: os pedidos de escusa às horas extraordinárias na Pediatria “em número significativo”, entre especialistas e internos, e “a questão da sazonalidade” que traz mais pessoas às urgências devido a doenças como bronquiolite, vírus sincicial respiratório, gripe, Covid-19 e outras infeções.