4,1 milhões. Puigdemont pede ajuda para pagar custos do referendo

O ex-presidente da ‘Generalitat de Catalunya’, Carles Puigdemont, recorreu esta terça-feira às redes sociais para pedir ajuda financeira aos catalães,  depois de se ver obrigado a pagar o referendo sobre a independência, proibido pelo Governo espanhol.

As autoridades espanholas exigem a 20 líderes independentistas que paguem aos cofres do Estado  os 4,1 milhões de euros usados para organizar a consulta popular.

A 1 de Outubro de 2017, recorde-se, o governo regional liderado por Puigdemont organizou um referendo, declarado ilegal pela justiça espanhola. Seguiu-se uma declaração de independência e mais tarde, a fuga de Puigdemont para a Bélgica, enquanto outros líderes independentistas de altas posições acabaram por ser presos.

Puigdemont, que agora é membro do Parlamento Europeu e continua exilado na Bélgica, disse que o Tribunal de Contas de Espanha concedeu aos líderes independentistas um período de 15 dias para pagar o montante em causa, caso contrário as suas propriedades serão apreendidas.

O Tribunal de Contas, que supervisiona as despesas dos partidos políticos espanhóis e do sector público, confirmou o valor da fiança, que é uma estimativa provisória das despesas públicas causadas pelo referendo, incluindo dinheiro para sites, publicidade e convites aos parlamentares europeus e observadores internacionais.

O pedido de Puigdemont chega num momento mais delicado, em que Madrid e Barcelona fazem planos sobre o futuro da Catalunha.

Na manhã desta terça-feira, seis líderes independentistas que tinham sido presos, saíram brevemente para testemunhar num parlamento catalão cercado pela polícia, onde foram recebidos por centenas de apoiantes que gritavam «Independência” e “Liberdade para os presos políticos», avança a Reuters.

Esta é a primeira vez que são «libertados» desde que foram condenados em Outubro. Um deles, o ex-vice-presidente catalão Oriol Junqueras, disse durante uma comissão de inquérito que esperava que a região votasse novamente na independência.

«Um referendo é normal e queremos realizá-lo novamente. E faremos isso.», afirma Junqueras, acrescentando que «nós não temos medo. Nunca tivemos e agora muito menos». Diz também que os planos de negociações entre o governo espanhol e o governo de independência da Catalunha estão um «passo à frente», embora ele duvide do seu sucesso.

O presidente do governo espanhol, Pedro Sánchez, vai reunir-se com o presidente da ‘Generalitat de Catalunya’, Quim Torra, a 6 de Fevereiro. A porta-voz do governo espanhol, María Jesús Montero, garantiu que o agendamento da reunião nada teve a ver com o que se passou na segunda-feira no parlamento da Catalunha e diz que é um fruto da negociação entre equipas dos dois governos.