2ª fase dos Exames Nacionais: para que serve e o que acrescenta?

A 1ª fase dos exames nacionais do ensino secundário acabou no passado dia 3 e, depois da divulgação dos resultados dos exames nacionais esta segunda-feira, segue-se a 2ª fase de exames, quer para efeitos de melhoria da classificação final da disciplina como para efeitos da prova de ingresso na candidatura ao ensino superior, cuja inscrição termina hoje. Mas valerá a pena repetir os exames?

Cálculo da classificação final da disciplina

No seguimento das medidas excecionais tomadas pelo Governo no contexto da pandemia da Covid-19, foi decidido que os exames nacionais deixaram de contar os 30% para a classificação final da disciplina, contando apenas como prova de ingresso. Foi também decidido que seria possível realizar melhorias das classificações das disciplinas, tal como aconteceu nos últimos dois anos, após a inicial proibição ter sido revertida no Parlamento.

No entanto, na classificação final, os exames não têm qualquer efeito. A mesma foi calculada este ano a 100% apenas com a nota interna do aluno, alargando-se este benefício também aos que concluíram as disciplinas em anos anteriores com exames de 2020, 2021 e 2022.

Além disso, e com as medidas tomadas sobre as melhorias, podes também fazer melhoria com a nota do exame para efeitos de aceso ao ensino superior.

Este ano não existem as melhorias do diploma, pelo que se precisa de melhorar notas para esse fim, nomeadamente porque é preciso de entregar o diploma na candidatura de uma universidade estrangeira, a 2ª fase de exames não será uma alternativa.

No entanto, existem as melhorias para efeitos de acesso ao ensino superior, como já foi referido, que são refletidas na ficha ENES, que é o documento que é usado na candidatura ao ensino superior em Portugal. Portanto, quem concorre cá, pode efetivamente melhorar as notas finais das disciplinas.

As melhorias realizadas na 2ª fase dos exames nacionais, sendo apenas para efeitos de acesso ao ensino superior, só terão efeitos na 2ª e 3ª fases de candidaturas. Depois de saírem as notas deverás pedir uma nova ficha ENES e essas notas estão incluídas.

Caso devido a um exame da 1ª fase não consiga completar uma determinada disciplina, mas na 2ª fase já o consiga, fica no entanto impedido de concorrer à primeira fase de candidaturas deste ano, uma vez que para efeitos desta fase não tem o ensino secundário concluído.

Utilização do exame como Prova de Ingresso
No caso da utilização do exame para satisfazer a prova de ingresso que um determinado curso pede, existem algumas alterações relativamente ao caso anterior.

Para a 1.ª fase de candidaturas, a classificação que vai ser considerada, de forma automática, para cada uma das tuas provas de ingresso, é a melhor das seguintes classificações do exame nacional correspondente à prova:

– Classificação obtida na 1ª fase de exames de 2023;
– Classificações obtidas na 1ª fase de exames de 2021 e de 2022;
– Classificações obtidas na 2ª fase de exames de 2021, 2022 e de 2023 em disciplinas que não integram o plano de estudos do curso de ensino secundário e cujo exame coincidia em dia e hora de realização com um exame da 1ª fase efetivamente realizado. Também são considerados exames realizados em 2ª fase de exames por motivos especiais, nomeadamente por alunos que estiveram infetados pela Covid-19 ou em isolamento profilático.

Ou seja, exceto em situações especiais bem justificadas, para efeitos da 1ª fase de candidaturas só podem ser usados como prova de ingresso exames das primeiras fases dos exames nacionais.

Para a 2ª e 3ª fases do concurso de 2023, a classificação que vai ser considerada, de forma automática, para cada uma das suas provas de ingresso, é a melhor das classificações do exame final nacional correspondente à prova obtidas na 1ª ou na 2ª fase dos exames de 2021, 2022 e 2023, podendo misturar exames das várias fases.