23 ex-ministros lançam alerta: cuidado com o «precipício» da destruição ecológica
A humanidade tem causado uma contínua destruição da natureza, que ameaça a sobrevivência da nossa espécie, de acordo com um alerta dado por um grupo de ex-ministros dos Negócios Estrangeiros, pedindo aos líderes mundiais que se afastem do «precipício» da destruição ecológica irreversível e protejam o planeta, segundo o ‘The Guardian’.
Os ex-ministros acrescentam também que o rápido aquecimento dos oceanos do planeta, deve ser objecto de maiores esforços de conservação, devido à sua importância na produção de oxigénio e alimentos para mil milhões de pessoas, numa altura em que os governos se preparam para iniciar negociações, na próxima semana, relativas a um acordo da ONU, ao estilo de Paris, sobre a natureza.
Numa declaração assinada por 23 diplomatas – incluindo a ex-secretária de Estado dos EUA Madeleine Albright e o ex-secretário dos Negócios Estrangeiros britânico Sir Malcolm Rifkind – os líderes mundiais são assim incentivados a apoiar o projecto de acordo da ONU para proteger quase um terço dos oceanos e territórios do mundo inteiro.
«A perda e degradação da natureza colocam em risco a saúde humana, meios de subsistência, segurança e prosperidade. Prejudicam desproporcionalmente as nossas comunidades mais pobres e a nossa capacidade de atingir uma vasta gama de metas estabelecidas, seguindo o principio do desenvolvimento sustentável das Nações Unidas. É necessário estar acima de políticas e ideologias, para unir a comunidade global em torno de uma causa urgente, que consiste em proteger o nosso planeta e o estilo de vida», pode ler-se na declaração aos líderes mundiais, divulgada pelo ‘Aspen Institute’.
Os ex-ministros destacaram a crise climática, a «exploração excessiva» dos recursos naturais e a degradação do ecossistema, como graves ameaças à segurança internacional, alertando que «colocam em risco o futuro dos nossos netos».
No mês passado, o novo director de biodiversidade das nações unidas, alertou para a possibilidade da humanidade «desistir» do planeta Terra, se os líderes mundiais não chegarem a um acordo ainda este ano, para impedir a extinção em massa da vida selvagem e a destruição de ecossistemas que sustentam a vida.
A reunião da próxima semana em Roma, originalmente programada para acontecer em Kunming, China, mas transferida para a capital italiana após o surto de coronavírus (COVID-19), será a primeira reacção oficial dos governos às propostas para reverter e travar a perda de biodiversidade.
O projecto actual compromete os países a proteger 30% do planeta, apertar o controlo sobre espécies invasoras, bem como reduzir 50% da poluição por resíduos de plástico e excesso de nutrientes.