“2030 é muito longe para nós”: líderes dos Balcãs criticam cronograma da União Europeia para o alargamento

Os líderes políticos dos Balcãs criticaram a meta de 2030 estabelecida pelo presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, para o alargamento da UE e acusaram as instituições de Bruxelas de mudarem as metas.

O primeiro-ministro albanês, Edi Rama, expressou dúvidas de que o seu país esteja pronto para aderir até 2030 – mas atribuiu a culpa a Bruxelas por isso. “Não deve haver apenas reformas e críticas que são necessárias, mas também o apoio mais consistente, e não estou a falar apenas do ponto de vista financeiro, mas também do acesso ao mercado das nossas empresas”, referiu o líder albanês, salientando que a União Europeia está atrasada em relação aos Estados Unidos e à China no seu apoio financeiro às infraestruturas na região.

Algumas nações dos Balcãs são candidatas à UE há vários anos, suscitando preocupações na região de que Bruxelas não quer a sua adesão. Mas a guerra da Rússia na Ucrânia reavivou o debate sobre o alargamento, que será discutido pelos líderes da UE numa reunião informal em Espanha, em outubro.

A primeira-ministra da Sérvia, Ana Brnabic, acusou a UE de mudar de rumo e de atrasar o alargamento da UE. “A primeira razão é que o processo é muito demorado e não há fim à vista. A segunda é que os critérios ou o que é preciso fazer para progredir estão em constante mudança”, sublinhou.

Já Dritan Abazovic, primeiro-ministro montenegrino, reforçou as críticas à UE por não cumprir as suas promessas para com os países dos Balcãs. “Não é justo que nos peçam para fazer algo e depois, depois de o fazermos, digam: ‘Isso é bom, mas agora não é o momento'”, acusou, referindo que “2030 é muito longe para nós”.

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