2025 traz nova descida no seu crédito à habitação: prestação da casa cai quase 110 euros no próximo mês
Janeiro de 2025 chega com boas notícias para as famílias portuguesas com crédito habitação: pelo menos aquelas que vão ter o contrato bancário revisto. À semelhança do mês passado, o início do próximo ano vai trazer uma redução de até mais de 100 euros quando fizer a sua transferência da prestação ao banco.
“Temos a continuidade da descida em todas as médias em todos os prazos”, indicou Nuno Rico, economista da DECO-PROteste, em exclusivo à ‘Executive Digest’. “A novidade é que temos todas as maturidades abaixo dos 3%, e inclusive na Euribor de 12 meses, já inferior a 2,5%. Há contudo um abrandamento no ritmo da descida, a um ritmo de metade do mês anterior. O que indica que começa a haver uma expectativa da estabilização dos valores da Euribor nos próximos meses.”
Mas vamos a números:
Tomemos como exemplo um empréstimo de 150 mil euros a 30 anos, com um spread (margem comercial do banco) de 1%:
– se o empréstimo tem como indexante a Euribor a 12 meses: a prestação que vai pagar no próximo ano irá descer para 667 euros, menos 109 euros (14,04%) em relação à prestação que pagou nos últimos 12 meses (776 euros). A taxa média registada este mês – dados até ao dia 24 de dezembro – foi de 2,432%.
– Já se o indexante for de 6 meses, prepare-se para entregar ao banco 685 euros, uma descida de 12,06% (94 euros) face a junho último, quando a prestação se situava nos 779 euros. A taxa média de dezembro fixou-se nos 2,643%.
– por último, se tiver um contrato a 3 meses: a taxa Euribor registou este mês uma média de 2,848% o que significa em janeiro uma redução da sua prestação de 6,79%: desce de 765 para 713 euros, menos 52 euros face à prestação de outubro último.
O que significa este abrandamento? “O contexto mudou um pouco, sobretudo após as eleições americanas. A perspetiva é que vá continuar a descer, mas não a um ritmo que se perspetivou há dois meses. Isto por duas razões: em primeiro lugar, pela eleição de Donald Trump e tudo o que vai implicar particularmente na política comercial. O maior protecionismo dos EUA poderá causar danos na economia europeia, o que poderá levar o BCE a tomar outro tipo de intervenções”, referiu Nuno Rico.
“Por outro lado, estas alterações vieram baralhar um pouco as perspetivas. Há um outro fator, que está a criar um dilema no BCE: a inflação, devido às políticas das taxas de juro, está a recuperar outra vez. Se por um lado tentar apoiar as economias europeias em estagnação – em particular os dois ‘motores’ francês e alemão -, arriscando-se a um aumento da inflação. Ou seja, o ritmo das descidas vai manter-se no primeiro semestre de 2025, mas não ao ritmo desejado”, concluiu.