2025 traz eleições importantes em todo o mundo. Veja a lista dos sufrágios que vão marcar a Europa (e não só)

Se, em 2024, vimos uma série de eleições importantes em todo o mundo, como as Europeias, as presidenciais russas ou norte-americanas, em 2025, os eleitores de vários países europeus enfrentarão uma série de plebiscitos que poderão moldar o futuro do continente. Além das eleições autárquicas em Portugal, destacam-se 12 eventos eleitorais marcantes, além de uma potencial incógnita em França. Aqui está um panorama detalhado das principais eleições que poderão causar impacto na Europa.

Croácia: 12 de janeiro

A Croácia será o primeiro país da União Europeia a realizar eleições em 2025, com a segunda volta das presidenciais. Zoran Milanovic, atual presidente, candidata-se como independente, com o apoio da coligação liderada pelo Partido Social Democrata (SPD). Milanovic é conhecido por sua oposição ao apoio militar à Ucrânia e ao envolvimento da Croácia em missões da NATO. As sondagens indicam uma vantagem de Milanovic, com 37,4% das intenções de voto, contra 20,8% de Dragan Primorac, apoiado pela União Democrata.

Bielorrússia: 26 de janeiro

Sob o regime de Alexander Lukashenko, as eleições presidenciais de janeiro prometem ser uma repetição das controversas eleições de 2020. Com um histórico de repressão política e manipulação eleitoral, Lukashenko continua a ser uma figura dominante. A ameaça de cortar o acesso à internet durante o processo eleitoral, se houver protestos, sublinha o clima de tensão.

Alemanha: 23 de fevereiro

Na Alemanha, as eleições legislativas antecipadas serão cruciais após o colapso da “coligação semáforo” liderada por Olaf Scholz. A queda do governo trouxe incerteza política, com a Alternativa para a Alemanha (AfD) a ganhar terreno. As sondagens colocam a AfD em segundo lugar, com 20,5% das intenções de voto, atrás dos conservadores da CDU/CSU.

Roménia: março

A Roménia enfrenta uma situação inédita com a anulação do processo eleitoral presidencial devido a suspeitas de interferência externa. Călin Georgescu, candidato de extrema-direita, venceu inesperadamente o primeiro turno, mas a sua vitória foi anulada. A nova data para as eleições será em março, ainda sem candidatos oficiais confirmados.

Reino Unido: 1 de maio

As eleições locais em Inglaterra serão um teste para o governo de Keir Starmer. As sondagens apontam para um empate entre trabalhistas e conservadores, com o Reform UK de Nigel Farage a ganhar força. Estes resultados serão cruciais para avaliar o apoio ao Partido Trabalhista após a vitória em 2024.

Polónia: maio

As eleições presidenciais na Polónia serão um termômetro da popularidade do governo liderado por Donald Tusk. O atual presidente, Andrzej Duda, enfrentará uma corrida acirrada com Rafal Trzaskowski, do partido de Tusk, e Karol Nawrocki, do PiS. A Plataforma Cívica parece ter uma ligeira vantagem nas sondagens.

Moldova: até 11 de julho

Após a vitória do ‘sim’ no referendo sobre a adesão à UE, a Moldova realizará eleições legislativas. Maia Sandu, presidente pró-UE, busca consolidar o apoio ao seu partido, o PAS, numa tentativa de afastar a influência russa e fortalecer os laços com Bruxelas.

França (?): julho

Em França, a instabilidade política continua, com a possibilidade de novas eleições legislativas após o colapso do governo de Michel Barnier. François Bayrou tenta trazer estabilidade, mas analistas não descartam a dissolução da Assembleia Nacional e novas eleições em julho.

Itália: setembro

As eleições locais em seis regiões italianas serão um teste para Giorgia Meloni e sua coligação. Veneto, uma região tradicionalmente populista, estará sob escrutínio, especialmente após os recentes reveses eleitorais da coligação.

Noruega: 8 de setembro

As legislativas norueguesas serão marcadas pelo crescimento do Partido do Progresso, de extrema-direita. Jonas Gahr Støre enfrenta um desafio considerável de Erna Solberg e Siv Jensen, com o Partido do Progresso a potencialmente dobrar o número de votos.

Rússia: 14 de setembro

As eleições na Rússia, previstas para setembro, continuam a ser um processo controlado pelo regime de Vladimir Putin. A repressão à oposição e a manipulação eleitoral são questões persistentes, especialmente num contexto de guerra na Ucrânia.

República Checa: 3/4 de outubro

As eleições parlamentares checas poderão reforçar o movimento populista e de extrema-direita na Europa Central. Andrej Babiš, líder do partido ANO, está bem posicionado nas sondagens, com uma vantagem clara sobre os partidos rivais.

Geórgia: outubro

Na Geórgia, as eleições locais ocorrerão num contexto de tensão entre o Ocidente e a Rússia. A nomeação de Mikheil Kavelachvili, um pró-russo, para substituir a presidente pró-UE Salome Zourabichvili, gerou controvérsia e boicotes.

Outras eleições marcadas para 2025:

  • Kosovo: eleições legislativas, 9 de fevereiro.
  • Eslováquia: eleições legislativas, 15 de março.
  • Áustria: eleições presidenciais, 9 de novembro.
  • Irlanda: eleições gerais, data por definir.