2021 pode ser o ano das ‘pechinchas’ no imobiliário de luxo em Nova Iorque
Atendendo à evolução no último trimestre de 2020, o mercado imobiliário de luxo de Nova Iorque, nos Estados Unidos, um dos mais cobiçados do mundo, deverá entrar em 2021 com confiança quanto ao sentido das vendas mas os preços vão descer.
As vendas de casas que custaram mais de 4 milhões de dólares foram um pouco superiores às dos mesmos três meses em 2019, segundo a presidente da corretora imobiliária de luxo Olshan Realty, Donna Olshan. “Agora, parte disso tem a ver com a procura que nunca foi satisfeita, porque perdemos o trimestre mais importante – a primavera”, diz em declarações à Fortune.
O mercado residencial de luxo da cidade tem ímpeto suficiente para fazer com que os especialistas se sintam à vontade para fazer algumas previsões condicionais. A falta de procura e a grande oferta deverá baixar os preços dos imóveis.
Muitos edifícios de luxo – especialmente condomínios ao longo do trecho da W. 57th Street conhecidos como “Billionaires Row”- estavam predominantemente posicionados para o mercado estrangeiro, e é aí que o excesso de oferta é maior. No entanto, os compradores estrangeiros deverão manter-se afastados “durante pelo menos os próximos seis meses”, “a menos que a campanha de vacinação contra a covid-19 seja bem sucedida”, considera o cofundador da UrbanDigs, prestadora de serviços imobiliários em Nova Iorque, John Walkup.
Em Manhattan, o novo mercado de condomínios de luxo está sobrecarregado com uma “tremenda quantidade de oferta”. “Em 2020 tivemos 8,7 anos de esgotamento, o que significa que seriam necessários 8,7 anos para vender todos os novos condomínios de desenvolvimento de Manhattan não vendidos”, diz à Fortune Jonathan Miller, presidente e diretor executivo dos avaliadores da Miller Samuel.
É provável que esse número desça para 7,2 anos em 2021, porque há um “declínio antecipado de novo produto a entrar no mercado”, acrescentou. Além disso, vão ocorrer vendas adicionais à medida que os compradores forem sendo atraídos pelos preços mais baixos: “Penso que em 2021 veremos uma queda contínua nas tendências dos preços”, disse ainda, e isso significa grandes descontos.
“Sabe-se que os compradores vão onde está o próximo projeto. Se os preços não baixarem, eles avançam para o próximo. É tão simples quanto isso”. Os próximos meses, afirmou Donna Olshan, “vão ser lembrados como a altura ideal para fazer negócio”, concluiu.