Veículo elétrico vai revolucionar oficinas

Anecra
As empresas de reparação e manutenção automóvel terão de se adaptar à penetração crescente dos veículos elétricos, criando novos planos de manutenção e assistência. Esta uma das conclusões da 26ª Convenção Anual ANECRA, a associação que representa o comércio e as oficinas automóveis, que decorreu no Centro de Congressos de Lisboa, no final de novembro.
Num futuro próximo será inevitável a redução do consumo do petróleo e dos combustíveis tradicionais, em consequência da nova dinâmica económica, das limitações de natureza fiscal, das crescentes exigências ambientais e da comodidade dos utilizadores. O veículo híbrido apresenta-se como uma solução de transição para a mobilidade100%  elétrica, a qual não terá retorno, por imperativos de eficiência energética e ecológica, embora dependa da massificação da sua utilização e da maior autonomia que a nova geração de baterias tornará possível.
Apesar da ligeira recuperação nas vendas de automóveis em Portugal, em 2014 e 2015, em linha com a ligeira melhoria do poder de compra e o aumento do índice de confiança dos consumidores, a subida é ainda insuficiente para repor os valores médios de vendas dos últimos 23 anos e muitas empresas do setor automóvel, sobretudo da reparação e manutenção, continuam a deparar-se com grandes dificuldades.   A situação é agravada pela existência de uma economia paralela que reflete uma concorrência desleal e uma evasão fiscal no setor automóvel.
Se por um lado, as novas exigências legais em matéria de gestão de resíduos e de proteção do consumidor, como é o caso da Resolução Alternativa de Litígios, impõem avultados investimentos e rigorosos deveres de informação às empresas regularmente constituídas, por outro, também afasta os clientes dos operadores clandestinos que não as podem cumprir.
A Convenção concluiu ainda que as viaturas comunicantes e a sua evolução para viaturas autónomas, constituirão os maiores desafios do futuro do negócio automóvel. As novas tecnologias associadas a essa tendência condicionarão os mais radicais modelos de negócio, que se focam mais no cliente e, menos, no produto.
Desta forma, a Indústria Automóvel integrará os smartphones e a segurança do carro inteligente do futuro será uma realidade, através da computação. A condução autónoma será também em breve, uma realidade, estando já desenvolvidos muitos dos dispositivos que tornarão possível a condução, sem intervenção humana.
A tecnologia não deixará de acompanhar as novas preocupações do utilizador do automóvel, no pressuposto de que o cliente do futuro dará menos importância ao consumo e às performances do seu automóvel, para privilegiar as suas funcionalidades e a comodidade que o mesmo lhe pode oferecer.