Petróleo vai manter-se barato em 2016

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O petróleo deverá manter-se ao longo de 2016 em níveis historicamente baixos, de acordo com as últimas projeções dos analistas, que situam o intervalo das previsões para o Brent, a referência para a Europa, entre os 41 dólares por barril avançados pelo banco australiano Westpac, e os 60 dólares do Barclays. A uma oferta que não para de crescer junta-se uma procura fraca, que tem mantido os preços em queda e em níveis muito baixos.
A projeção mais baixa, do Westpac, está 10% acima dos preços atuais, mas 50% abaixo dos valores médios dos últimos cinco anos. Estes números são compatíveis com as projeções da agência de rating Moody’s, que aponta para um preço de 43 dólares por barril, depois de ter revisto em baixa de 10% a sua anterior previsão.
Um estudo da Bloomberg, citado pelo diário espanhol “El País”, refere que apesar do barril do petróleo West Texas Intermediate (WTI), a referência para o mercado norte-americano, estar cotado a 35 dólares por barril, alguns países exportadores necessitados de divisas estão a transacioná-lo por valores inferiores. Uma mistura de crudes mexicanos mais difíceis de refinar está a ser vendido abaixo dos 28 dólares, o valor mínimo em onze anos, e o Iraque está a exportar a sua produção para os países asiáticos por 25 dólares, refere a Bloomberg. No Canadá, que juntamente com a Noruega é dos países ocidentais mais afetados pela baixa, alguns produtores de costa leste estão a aceitar preços em torno dos 22 dólares por barril.
“Mais de um terço da produção mundial está a ser escoada por um preço abaixo das cotações do Brent e do WTI”, garantiu Ehsan Ul-Haq, consultor da KBC Advanced Technologies, em declarações à Bloomberg.

Equilíbrio do mercado só a partir de 2019

No próximo ano o excesso da oferta sobre a procura deverá atingir os 580 mil barris diários, prevê o banco de investimentos norte-americano Goldman Sachs. Estimativa que confirma a perspetiva de manutenção dos preços em baixa num enquadramento geral de sobreoferta. “Este desequilíbrio deverá até para além de 2016”, adianta a Moody’s, no seu relatório anual sobre o petróleo. Um cenário que está alinhado com as perspetivas para 2016 da Agência Internacional de Energia.
A baixa do preço do crude acelerará o reequilíbrio entre oferta e procura, com a redução do investimento nos projetos menos rentáveis que levará inevitavelmente a uma redução da produção. “Mas será necessário esperar por 2019 para que o mercado absorva as reservas acumuladas”, adianta uma nota de research do banco japonês Nomura.
 
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