IA a favor… do crime: Especialistas investigam onda de fraudes que afetam sectores como moda, eletrónica e restauração

O rápido desenvolvimento da inteligência artificial (IA) na criação e edição de imagens tem gerado um novo tipo de fraude em vários sectores, incluindo restauração, moda, eletrónica e mobiliário.

Pedro Gonçalves
Dezembro 6, 2025
11:00

O rápido desenvolvimento da inteligência artificial (IA) na criação e edição de imagens tem gerado um novo tipo de fraude em vários sectores, incluindo restauração, moda, eletrónica e mobiliário. Segundo especialistas da Logicalis Spain, empresa global de serviços de TI e soluções digitais, a combinação de políticas de devolução ágeis e a facilidade de manipulação de imagens está a criar um cenário propício para reembolsos fraudulentos.

Inicialmente, os sistemas de IA eram utilizados para criar imagens humorísticas ou de entretenimento, como um cão a cozinhar ou um unicórnio no espaço. Contudo, com o avanço da tecnologia, tornou-se extremamente difícil distinguir imagens reais de imagens geradas por IA. Este aumento do realismo está a ser explorado para finalidades negativas, incluindo deepfakes de pessoas e fraudes envolvendo produtos supostamente danificados.

A Logicalis identificou uma tendência crescente de fraudes em sectores como:

  • Restauração rápida – clientes simulam alimentos em mau estado;
  • Moda – roupas com buracos ou danos inexistentes;
  • Eletrónica – produtos danificados que nunca chegaram assim;
  • Mobiliário – peças partidas ou defeituosas criadas digitalmente.

Estas práticas permitem gerar fotografias hiperrealistas em segundos, simulando produtos danificados inexistentes, com o objetivo de obter reembolsos ou compensações.

Impacto económico e reputacional para as marcas

A combinação de políticas de devolução rápidas com a capacidade de manipulação de imagens acessível a qualquer utilizador está a criar novas vias de fraude massiva, afetando tanto o impacto económico como a reputação das marcas.

Para mitigar estes riscos, os especialistas recomendam a implementação de:

  • Verificações inteligentes de imagens;
  • Análise automatizada de padrões suspeitos;
  • Modelos de risco baseados em dados;
  • Estratégias de rastreabilidade digital que diferenciem conteúdo autêntico de material sintético.
  • Integrar tecnologia e processos para prevenção

Ramón Rico Gómez, Cybersecurity Operations Manager da Logicalis, sublinha que não se trata de transformar cada reclamação numa investigação forense, mas sim de integrar tecnologia, processos e cultura digital para agir de forma inteligente e antecipada face a riscos emergentes.

“O desafio é preservar tanto a segurança como a confiança do consumidor, garantindo que estas novas formas de fraude não comprometam a experiência de compra e a reputação das marcas”, conclui Gómez.

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