A Ryanair anunciou uma mudança significativa nas suas regras de embarque, que entra em vigor a partir de 3 de novembro de 2025. A companhia aérea low-cost vai deixar de disponibilizar cartões de embarque em papel, passando a exigir que todos os passageiros utilizem exclusivamente o cartão de embarque digital através da aplicação myRyanair.
“Estamos a acabar com os cartões de embarque em papel”, afirmou o presidente executivo da Ryanair, Michael O’Leary, em entrevista ao Independent Travel Podcast, conduzido por Simon Calder.
Segundo o responsável, a maioria dos clientes já utiliza o telemóvel para viajar, pelo que a transição será natural. “Neste momento, entre 85% e 90% dos passageiros apresentam-se com smartphones. Quase 100% dos passageiros têm smartphones, e queremos que todos passem a utilizar esta tecnologia”, explicou O’Leary.
De acordo com a companhia, a decisão deverá traduzir-se numa poupança anual de 300 toneladas de papel. Além disso, a digitalização pretende simplificar a experiência de viagem, concentrando todos os documentos num único local e permitindo aos passageiros receberem atualizações diretas do centro de operações da Ryanair em caso de perturbações.
Apesar da obrigatoriedade do cartão digital, a empresa assegura que haverá flexibilidade em situações excecionais. “Se perder o telemóvel, não há problema. Desde que tenha feito o check-in antes de chegar ao aeroporto, reemitimos o cartão de embarque em papel gratuitamente”, garantiu O’Leary.
O executivo acrescentou ainda que mesmo no caso de falha de bateria, o sistema interno da Ryanair mantém o número de sequência de check-in do passageiro. “Vamos levá-lo, vai embarcar. Portanto, ninguém deve preocupar-se. Apenas certifique-se de que faz o check-in online antes de chegar ao aeroporto e tudo correrá bem”, sublinhou.
Exceções e limitações
Apesar da mudança, alguns destinos continuam a exigir cartões de embarque em papel por imposição das autoridades locais. É o caso de Marrocos, que ainda não aceitou a digitalização. Já com a Albânia, a Ryanair anunciou ter chegado a acordo e a partir de março também passará a aceitar cartões digitais.
Atualmente, quem não fizer o check-in online e recorrer ao balcão do aeroporto enfrenta taxas que podem chegar às 55 libras.
Bonificações reforçadas para controlo de bagagem
Paralelamente, a companhia aérea prepara alterações noutras áreas. Michael O’Leary revelou que a Ryanair vai aumentar os bónus atribuídos ao pessoal de terra que detete passageiros a tentar embarcar com malas fora das dimensões permitidas.
O valor por cada bagagem irregular intercetada passará de 1,50 euros para 2,50 euros a partir de novembro, eliminando também o limite máximo de ganhos mensais, que até agora podia atingir os 80 euros.
As regras de bagagem continuam a ser rígidas: apenas um pequeno volume que caiba sob o assento da frente está incluído na tarifa mais baixa. Quem tentar embarcar com malas maiores incorre numa taxa que pode chegar às 75 libras se tiver de despachar a bagagem no portão de embarque.
“Não faço absolutamente nenhuma desculpa por isso”, afirmou O’Leary. “Quero que o nosso pessoal de handling apanhe passageiros que tentam enganar o sistema.”













