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RENAULT – Na linha da frente
O futuro do sector automóvel passa pela adequação das fabricantes do sector não só às necessidades dos condutores, mas também à sustentabilidade ambiental.
Ricardo Oliveira, director de Comunicação e Imagem da Renault, explica a visão da marca neste âmbito e o que está a fazer para continuar na linha da frente desta revolução.
Em que medida é que a Renault está a desenvolver a mobilidade para o futuro?
É-nos unanimemente reconhecido o pioneirismo no desenvolvimento e na introdução no mercado de automóveis eléctricos. Durante vários anos, a electrificação total do automóvel foi uma aposta apenas das marcas da Aliança Renault-Nissan. E a Renault foi a primeira marca a oferecer uma gama de automóveis 100% eléctricos. Vemos, com agrado, que se dissiparam as dúvidas sobre o futuro da mobilidade eléctrica.
Mas, para a Renault, a oferta de automóveis eléctricos é apenas uma parcela daquilo que imaginamos seja a mobilidade do futuro. Pensamos que o comportamento de posse de um automóvel irá mudar no futuro. E a Renault prepara- -se para responder e a ter uma oferta para todos aqueles que, num futuro mais próximo ou mais distante, pretendam usufruir da utilização de um automóvel sem necessariamente possuírem um automóvel.Preparamo-nos para a revolução associada aos automóveis autónomos. Num futuro não muito distante, iremos ver chegar ao mercado modelos com diferentes graus de condução autónoma. E a Renault pretende estar na linha da frente dessa oferta.
Mas, quando falamos de mobilidade do futuro, não nos devemos alhear do ecossistema em que se movem os automóveis. E a Renault prepara-se também para, em conjunto com diversas entidades, colaborar no desenvolvimento de ecossistemas mais sustentáveis. Um dos projectos pioneiros, a nível mundial, está já a ser desenvolvido na Ilha de Porto Santo e a Renault orgulha-se de ser o parceiro para a implementação de uma mobilidade totalmente sustentável no qual, os automóveis eléctricos são fundamentais mas são apenas uma componente de um projecto mais vasto.
Para a Renault, a mobilidade eléctrica é uma componente fundamental da mobilidade do futuro mas não se esgota aí o nosso âmbito de actuação.
A Renault apresentou recentemente o Master Z.E., com o qual afirma dispor da “mais completa gama de veículos comerciais ligeiros eléctricos do mercado”. Quais são as características deste veículo e dos restantes que compõem a gama?
A Renault foi a primeira marca, em todo o mundo, a propor uma gama de automóveis eléctricos. Não um modelo mas uma gama onde se incluem automóveis de passageiros, comerciais ligeiros e até mesmo quadriciclos de utilização urbana.
Em paralelo com a apresentação do Master Z.E., a Renault anunciou a intenção de ter uma oferta completa de modelos/versões eléctricas em toda a sua gama de comerciais ligeiros.
Também aqui para responder aos desafios que se colocam hoje nas grandes cidades, cujos centros atingem com frequência elevados índices de poluição e onde claro, a distribuição de mercadorias tem a sua quota-parte.
Um Comercial Ligeiro eléctrico é a solução para a distribuição no centro das cidades sem impacto ambiental. E esta é a principal característica do Master Z.E.. A capacidade de executar as tarefas de distribuição de bens (com capacidades de carga similares aos dos equivalentes de motor térmico) de uma forma mais sustentável.
Nos eléctricos, quais são as expectativas de vendas este ano na Europa e em Portugal e qual o crescimento esperado face ao ano passado? Quais são os modelos mais vendidos?
O mercado de automóveis eléctricos ganhou uma dinâmica que fará com que continue a registar elevados índices de crescimento nos próximos anos. É assim na Europa e também em Portugal.
A cada vez maior adequação da oferta dos automóveis eléctricos às necessidades e expectativas dos consumidores e o alargamento da oferta (hoje todos os construtores têm projectos para a comercialização de automóveis eléctricos) vão permitir um crescimento deste mercado.
A mobilidade do futuro será um misto entre veículos eléctricos, híbridos e combustão, ou algum destes desaparecerá naturalmente?
A menos que existam imposições legais, a evolução será sempre determinada pelos consumidores. Serão eles que escolherão a solução mais adaptada às suas necessidades e exigências sejam elas económicas, ambientais ou mesmo de estilo de vida. A solução que melhor conseguir responder às exigências será aquela que terá, logicamente, maior sucesso. Sendo que todas elas, incluindo os motores puramente de combustão, continuarão a evoluir.
A autonomia dos veículos e o preço são os principais entraves à proliferação da mobilidade eléctrica?
O principal entrave é muito provavelmente o desconhecimento. Face ao tradicional automóvel a motor de combustão ou mesmo a um híbrido, o automóvel eléctrico tem vantagens e desvantagens. É a dificuldade de fazer a ponderação entre as vantagens (acima de todas o custo de utilização) e as desvantagens (acima de todas o tempo e a dificuldade de reposição de autonomia) que frequentemente condiciona a opinião sobre os automóveis eléctricos.
Para uma boa parte dos consumidores, o entrave reside sobretudo na opinião “pública” que foi formada e alimentada.
O primeiro automóvel eléctrico da última geração foi comercializado em Dezembro de 2010. Em 7 anos, a autonomia real disponível mais do que duplicou. O mesmo modelo, com o dobro da autonomia, custa muito menos agora do que em 2010 (e a tendência manter-se-á). Mas, a nossa experiência de vários anos no mercado já nos demonstrou que apenas existe uma forma de fazer evoluir a opinião sobre os automóveis eléctricos: proporcionar a experiência de utilizar um.
Os consumidores portugueses estão mais sensíveis ao tema da mobilidade eléctrica e ao impacto das emissões no ambiente?
A mobilidade eléctrica é um tema que tem estado bastante presente nos últimos anos e essa notoriedade beneficia o interesse e a curiosidade sobre o automóvel eléctrico.