Amigo de Sócrates é mandatário de Gouveia e Melo em Castelo Branco

Segundo o Correio da Manhã, há cerca de dez anos, Afonso Camões foi apanhado em escutas a negociar com José Sócrates a sua nomeação para diretor do jornal ‘JN’. Na altura, Camões afirmava estar disponível para assumir a direção do ‘DN’, do ‘JN’ ou de ambos, e dizia: “Era bom que eles percebessem que eu sou um joker em qualquer posição para mandar. E que também sei que um general prussiano não se amotina”.

As escutas também revelaram que Camões pediu a Sócrates para interceder junto de Daniel Proença de Carvalho, então presidente da Global Media e advogado do antigo primeiro-ministro. Apesar das suspeitas, a Entidade Reguladora para a Comunicação Social decidiu não abrir qualquer investigação. Posteriormente, Camões foi presidente da Lusa entre 2009 e 2014, diretor do ‘JN’ durante cinco anos e diretor-geral da Global Media até 2020.

Outros laços entre Sócrates e a candidatura de Gouveia e Melo

Além de Afonso Camões, Luís Bernardo, ex-assessor de Sócrates, também colaborou na campanha de Gouveia e Melo. Segundo o Correio da Manhã, Bernardo confirmou à revista ‘Sábado’ que deu “informalmente alguns conselhos” ao ex-chefe da Armada antes de a candidatura ser formalizada.

José Sócrates chegou a afirmar que Gouveia e Melo é o candidato presidencial “que oferece melhores garantias de que nunca aceitará a extrema-direita no poder”. Este apoio gerou momentos de tensão em debates presidenciais, com Gouveia e Melo a reagir de forma irritada às perguntas sobre o tema, respondendo que “José Sócrates votará em quem desejar”.

A ligação entre José Sócrates e a candidatura de Gouveia e Melo, através de figuras como Afonso Camões e Luís Bernardo, evidencia a influência histórica que acompanha o ex-chefe da Armada. Apesar de Gouveia e Melo tentar distanciar-se do apoio de Sócrates, a sua candidatura apresenta cada vez mais estas conexões visíveis.