TAP retoma 25% da operação em Agosto

Miguel Frasquilho, presidente do conselho de administração da TAP, anunciou esta quarta-feira, no Parlamento, que a companhia aérea irá repor 25% da operação em Agosto. No entanto, alertou que o plano de retoma das rotas da TAP, tanto para Lisboa como para o Porto e Algarve, pode sofrer alterações.

«Estamos num contexto muito incerto e volátil. Temos de perceber que estamos todos ainda a aprender a lidar com esta situação que o país está a viver e que o sector do turismo e da aviação, em particular, vive», sublinhou, perante os deputados da Comissão de Economia, Inovação, Obras Públicas e Habitação.

Miguel Frasquilho deixou ainda uma garantia: «Trabalhamos para defender os interesses da TAP, do Estado português (…) e do país». «Entendemos que o Estado português quer, obviamente, o melhor para a TAP, defende os interesses da TAP e, ao mesmo tempo de Portugal».

«Vamos ter apenas 25% da operação reposta em Agosto, o que significa que em Junho é muito menos e em Julho também», revelou, acrescentando que isso «demonstra bem a gravidade» do período que a companhia atravessa.

Ainda no período pré-Covid, Frasquilho salientou que na primeira reunião do actual administração, em Julho de 2017, foi decidido rectificar «por unanimidade» o projecto estratégico 2015-2020, ou seja, ainda não está concluído. As alterações foram feitas com base num plano de negócios que tinha sido actualizado em 2017 para o período 2017-2022. No entanto, o presidente do conselho de administração admitiu que «não são conhecidas todas as vertentes do projecto estratégico ou do plano de negócios».

Ainda assim, disse que, «em algumas vertentes do plano estratégico, houve progressos evidentes», designadamente ao nível da modernização e aumento da frota. Quanto à vertente financeira, «o projecto estratégico não foi cumprido».

Só dois em 38 anos tiveram resultados positivos

«Houve divergências no que estava projectado» ao nível de resultados para os anos de 2017, 2018 e 2019, admitiu. O ano de 2017, por exemplo, «acabou por ser melhor do que tinha sido projectado». Fez, no entanto, notar que o «historial de resultados da TAP não é positivo», sendo que em 38 anos teve apenas dois positivos. E isto teve «enormes consequências» no balanço da TAP.

Ao nível dos capitais próprios, que em 2015 eram negativos e continuam, a situação agravou-se: em 2019, a TAP teve cerca de 600 milhões de euros de capitais próprios negativos. «Esse montante devia ter sido reduzido se o projecto estratégico fosse incluído nessa vertente. Mas infelizmente para todos o balanço deteriorou-se», lamentou o presidente do conselho de administração da TAP.

Actualmente, o Estado detém 50% da TAP, através da Parpública, o consórcio Gateway de Humberto Pedrosa e David Neeleman têm 45% do capital e os restantes 5% da empresa pertencem aos trabalhadores da companhia.

*Notícia actualizada com mais informação às 12:11

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