Rogério Canhoto CRO da Automaise, destacou os avanços e contributos que a Inteligência Artificial (IA) para ultrapassar obstáculos e entraves às reformas necessárias para garantir o crescimento económico em Portugal, dando exemplo de medidas que já estão a ser aplicadas em vários pontos do mundo, durante a sua intervenção na XXIX Conferência Executive Digest, esta terça-feira, na Culturgest, em Lisboa.
Na apresentação “Não é tendência, é urgência!”, o especialista da empresa nacional que produz agentes de IA começou por referir Sundar Pichai, CEO da Alphabet, que indicou que esta tecnologia “terá impacto mais profundo na humanidade do que o fogo, a eletricidade e Internet”. “Somos uns felizardos”, indicou Rogério Canhoto, perante a oportunidade que se desenha à nossa frente no seu potencia imenso.
Sustentando que a “a IA pode ser um fator para derrubar barreiras”, o empresário assinala que “é a nova corrida ao ouro”, com impactos que já vemos, a nível social, mas também económico-financeiro.
“Nós temos quatro ou cinco anos para nos adaptarmos a esta realidade. Em Portugal, apenas 3% dos profissionais estão preparados para a o impacto da IA, e isso coloca-nos um desafio gigantesco, estamos com um problema de inércia, não estamos a acompanhar as mudanças”, alertou o orador na conferência, referindo que 70% das empesas portuguesas não integram ainda IA generativa na sua estratégia. “Faltam competências; muitos falam da IA, mas muito poucos sabem do que estão a falar”, resumiu.
Perante este panorama, a IA traz algumas soluções e, principalmente uma promessa de produtividade com maior rapidez e qualidade, com algumas áreas em que os índices de produtividade disparam em até mais 80%.
Segundo referiu Rogério Canhoto, a iliteracia em IA “é a grande barreira e a nova forma de obsolescência profissional”. “Quando não adquirimos estas competências, perdemos competitividade e temos de fechar portas”, avisou.
Assim, foram deixadas três ideias/medidas para colocar a IA como ‘motor’ de transformação, produtividade, reforma e crescimento económico:
- Criar um programa nacional de literacia executiva em IA (master classes executivas, certificação nacional de líderes, programas executivos obrigatórios em universidades e business schools)
- Criar um plano nacional de certificação em IA (formação prática obrigatória para funções-chave, plataforma nacional de formação em IA, programas por setor, incentivos fiscais para formação certificada)
- Transformar Portugal com AI Labs setoriais, laboratórios em setor que criam projetos-piloto com empresas, reguladores e academia, protocolos para PME com acesso a tecnologia e mentoria
“Todos temos que fazer upskilling e reskilling”, apelou Rogério Canhoto, que pede que se olhe para a IA e as possibilidades que traz às empresas como “um superpoder”: se permite “alterar a realidade, a verdade é que também traz grandes responsabilidades”. “Mas isso não pode ser um obstáculo”, ressalvou pedindo que os reguladores tenham uma perspetiva “de evolução e de crescimento” do uso de IA “e não da regulação pelo medo2.
“Habituem-se a esta coexistência. É inevitável os nosso líderes gerirem equipas humanas e de IA para termos esta competitividade de que precisamos”, concluiu o CRO da Automaise.
A XXIX Conferência Executive Digest decorre esta terça-feira, entre as 9h e as 13h, e conta com o patrocínio da BP, CGD, Católica Lisbon, Delta Q, Fidelidade, Lusíadas Saúde, MC Sonae, Randsatd, Recordati, Siemens, e ainda com o apoio da Capital MC, Neurónio Criativo e Sapo. A Sociedade Ponto Verde é o Parceiro de Sustentabilidade do evento.
