Um novo estudo publicado no ‘The New England Journal of Medicine’, que envolveu cientistas do Hospital e Instituto de Pesquisa Vall d’Hebron, em Barcelona, apontou a eficácia de um novo medicamento administrado por via oral para o tratamento da obesidade que se pode vir a tornar uma alternativa ao famoso Ozempic, indicou o jornal espanhol ‘El Economista’.
Os autores do estudo acompanharam durante 72 semanas 3.100 indivíduos obesos de nove países diferentes, sem diabetes. Em todos os casos, a massa corporal excedia os 30 quilos por metro quadrado – ou entre 27 e 30 quilos por metro quadrado, embora com alguma complicação relacionada com a obesidade. A todos foi dado de forma aleatória diferentes doses de orforglipron (6, 12 ou 26 miligramas) ou placebo, sempre na forma de uma cápsula diária, combinada com uma dieta saudável e atividade física regular.
Os resultados mostraram que o tratamento com doses mais altas obteve uma redução média de mais de 11% no peso corporal, com mais da metade dos pacientes a perderem pelo menos 10% do peso e aproximadamente 18% a obter uma redução de mais de 20%.
Foram também registadas melhorias significativas na pressão arterial, circunferência da cintura, níveis de triglicerídeos e colesterol, todos fatores de risco para doenças cardiovasculares. Os efeitos colaterais detetados foram de natureza digestiva, geralmente leves ou moderados e auto-limitados, semelhantes aos de outros medicamentos para obesidade.
A coordenadora da Unidade de Tratamento Integral da Obesidade do Vall d’Hebron, Andreea Ciudin, explicou que a disponibilidade de um medicamento oral sem as limitações de outros tratamentos representa “um avanço importante para muitas pessoas com obesidade”. “Este estudo confirma que podemos oferecer opções mais convenientes e igualmente seguras que podem ajudar mais pacientes a ter acesso ao tratamento e mantê-lo a longo prazo”, concluiu.

















