Taiwan avisou hoje que está a avaliar restringir a exportação de semicondutores para a África do Sul, em resposta à decisão “unilateral” de Pretória de renomear as embaixadas de facto taiwanesas naquele país devido à suposta pressão chinesa.
De acordo com o Ministério dos Negócios Estrangeiros de Taiwan, o Ministério dos Negócios Estrangeiros e Cooperação da África do Sul publicou um aviso em 21 de julho indicando que, a partir de 01 de abril, os escritórios de ligação de Taiwan naquele país mudarão os nomes para Escritório Comercial de Taipé em Joanesburgo e Escritório Comercial de Taipé na Cidade do Cabo.
O anúncio foi feito poucos dias após a visita do vice-presidente sul-africano, Paul Mashatile, à China e após vários meses de tensões entre a África do Sul e Taiwan.
Desde outubro do ano passado, o Governo taiwanês tem reiteradamente expressado a sua recusa em transferir a sua embaixada de facto de Pretória, cidade onde se concentra a maioria das representações diplomáticas no país.
Numa conferência de imprensa, o diretor do Departamento de Assuntos da Ásia Ocidental e África do Ministério dos Negócios Estrangeiros de Taiwan, Yen Chia-liang, classificou a decisão do Governo sul-africano como “abrupta” e reconheceu que Taipé está a estudar restringir a exportação de ‘chips’ para a África do Sul como uma possível resposta.
Em declarações recolhidas pela agência taiwanesa CNA, o funcionário lamentou que a África do Sul “tenha continuado a ceder à pressão da China e tenha ignorado os laços de longa data com Taiwan”.
Criticou ainda que o Governo desse país tenha usado a Resolução 2758 da Assembleia Geral da ONU e a sua política de ‘uma só China’ para justificar a mudança de nome dos escritórios.
A África do Sul ainda não iniciou negociações com Taiwan, afirmou Yen, que fez um “apelo firme” ao Governo sul-africano para que “retome o mais rápido possível as conversações bilaterais, lembrando o acordo legal alcançado entre ambas as partes em 1997 como base das relações”.
O reconhecimento diplomático de Taiwan tem sido consideravelmente reduzido nos últimos anos devido à crescente pressão da China, que considera a ilha, governada de forma autónoma desde 1949, como parte inalienável do seu território.
Atualmente, Taiwan mantém apenas o apoio diplomático de doze Estados: sete latino-americanos e caribenhos, três oceânicos, um africano (Essuatíni, antiga Suazilândia) e um europeu (Cidade do Vaticano).













