França e Reino Unido concordaram pela primeira vez em coordenar o uso das suas armas nucleares em caso de ataque: o anúncio foi feito pelo primeiro-ministro Keir Starmer e o presidente francês Emmanuel Macron, no final da sua cimeira bilateral, na qual os líderes assinaram a chamada Declaração de Northwood, que garantirá que os seus adversários saibam que haverá uma “resposta de duas nações” em caso de ataque.
Macron explicou que a decisão responde a um “ambiente marcadamente mais ameaçador”, observando igualmente que ambos os países não conseguem imaginar um cenário em que um ataque à Europa não provocaria uma reação conjunta do Reino Unido e da França.
“Esta manhã, assinámos a Declaração de Northwood, confirmando pela primeira vez que coordenaremos nossa dissuasão nuclear independente. A partir de hoje, os nossos adversários saberão que qualquer ameaça extrema a este continente trará uma resposta de ambas as nações”, disse Starmer, revelando que este acordo é a prova de que “não há maior demonstração da importância desta relação” entre os dois países.
“É realmente histórico. Sei que há muito foco no acordo de migração que assinámos, mas o acordo nuclear é igualmente importante, porque somos as duas nações nucleares da Europa”, acrescentou Starmer, enfatizando as dimensões europeia e da NATO do pacto.
Por sua vez, Macron suavizou um pouco as palavras de Starmer, afirmando que a decisão tomada “não exclui também a coordenação da nossa dissuasão nuclear”, uma mensagem dirigida tanto a aliados como a adversários. “A Europa deve saber que pode contar com uma aliança estratégica entre a França e o Reino Unido”, observou o presidente francês.













