Na EDP, a sustentabilidade é encarada como um pilar essencial da estratégia corporativa, com um forte compromisso com a transição energética. As prioridades passam por investir em fontes de energia renovável – como a hídrica, a eólica e a solar -, desenvolver soluções inovadoras, incluindo modelos híbridos que combinam diferentes tecnologias, e apostar em áreas emergentes como o armazenamento de energia e o hidrogénio verde. Também se destaca a eletrificação dos processos industriais e a promoção da eficiência energética.
Em paralelo, prossegue o esforço de descarbonização das operações, alinhado com os Objectivos de Desenvolvimento Sustentável das Nações Unidas e com as metas do Acordo de Paris. A médio prazo, está prevista uma redução expressiva das emissões de gases com efeito de estufa, com o objectivo de, a longo prazo, construir um portefólio totalmente assente em fontes renováveis, contribuindo para a mitigação das alterações climáticas e para um futuro mais sustentável.
Neste contexto, os princípios ESG são integrados nas decisões estratégicas da EDP através da aplicação sistemática de critérios ambientais, sociais e de governance em todas as operações e investimentos. É adoptada uma abordagem holística, onde cada projecto é avaliado não apenas pelo retorno financeiro, mas também pelo impacto ambiental e social.
Para garantir um modelo de governance eficaz, foram implementadas políticas rigorosas de conformidade e transparência. As boas práticas e os respectivos resultados são reportados de forma regular e transparente, estando disponíveis nos canais globais de divulgação da empresa.
Para a EDP, conciliar o crescimento económico com a redução da pegada ambiental e a minimização de impactos continua a ser um desafio constante. A transição para fontes renováveis implica investimentos iniciais significativos, períodos de retorno mais longos e uma estreita articulação com reguladores e governos, de forma a garantir políticas climáticas coerentes, estabilidade regulatória e incentivos adequados.
Neste contexto, têm sido feitos investimentos em tecnologias inovadoras que facilitam a integração das renováveis na rede eléctrica e em soluções que promovem a eficiência e a redução do consumo energético. Um exemplo dessa aposta na inovação é a hibridização, um modelo que combina diferentes fontes de energia renovável no mesmo local, utilizando o mesmo ponto de ligação à rede. Portugal tem-se destacado como pioneiro mundial neste modelo, que permite não só uma produção mais eficiente de energia verde, como também a optimização das infraestruturas existentes e a minimização dos impactos associados à construção de novas instalações.
Os compromissos internacionais e as exigências regulatórias têm um papel determinante na definição da abordagem ESG, garantindo o alinhamento com os Objectivos de Desenvolvimento Sustentável das Nações Unidas e o cumprimento rigoroso das normas ambientais e sociais em todos os mercados onde há presença. Esta adesão a padrões globais permite à EDP manter-se na linha da frente das melhores práticas ESG e assegurar uma actuação responsável e transparente.
Entre as metas estratégicas, destaca-se o compromisso de alcançar a neutralidade carbónica em toda a cadeia de valor até 2040, um objectivo ambicioso que orienta a actuação global. Para isso, pretende-se atingir uma operação 100% baseada em fontes renováveis, um caminho que já se encontra bastante avançado: actualmente, mais de 90% da produção de energia provém de fontes renováveis, um salto significativo face aos 20% registados há cerca de vinte anos. Paralelamente, estão a ser desenvolvidos esforços concretos para a eliminação progressiva de emissões directas e indirectas, envolvendo parceiros, clientes e fornecedores no cumprimento de metas ambientais rigorosas.
Um dos principais desafios na gestão sustentável da cadeia de valor é assegurar que todos os fornecedores adoptam práticas responsáveis e que os impactos ambientais são mitigados ao longo de todo o processo. Para enfrentar este desafio, a EDP promove uma colaboração próxima com os fornecedores, fornecendo formação e apoio técnico para a implementação de medidas alinhadas com os princípios ESG.
A par deste acompanhamento, a EDP realiza auditorias regulares que permitem garantir a conformidade com os padrões de sustentabilidade estabelecidos, reforçando uma cultura de responsabilidade partilhada em toda a cadeia de valor.
A consistência no cumprimento dos objectivos de sustentabilidade é assegurada através da aplicação de políticas e procedimentos uniformes em todos os mercados onde a EDP opera. São definidas metas claras e mensuráveis para cada área de actuação, acompanhadas de uma monitorização contínua, através de relatórios de sustentabilidade que permitem avaliar o progresso e corrigir desvios sempre que necessário.
Paralelamente, promove-se uma cultura de responsabilidade e transparência entre colaboradores e parceiros, reforçando o compromisso colectivo com a sustentabilidade. Um exemplo concreto deste alinhamento é o Plano de Transição Climática, que orienta activos, operações e modelos de negócio segundo princípios sustentados na ciência climática. Este plano recebeu uma votação expressiva, superior a 90%, na Assembleia Geral de Accionistas de 2023, sinal claro da confiança dos investidores na credibilidade e consistência da estratégia seguida.
O desenvolvimento de soluções sustentáveis da EDP assenta numa abordagem colaborativa, com parcerias estratégicas estabelecidas com outras empresas, instituições de investigação e organizações não-governamentais. Esta rede de colaboração permite partilhar conhecimento, recursos e tecnologias, acelerando a criação e implementação de soluções inovadoras com impacto positivo na sustentabilidade.
Em paralelo, a empresa procura promover uma cultura alinhada com os princípios da sustentabilidade, tanto interna como externamente, envolvendo de forma activa as comunidades e assegurando um crescimento inclusivo e socialmente responsável. Tudo isto é feito mantendo o equilíbrio entre as expectativas dos investidores e dos consumidores, ao mesmo tempo que se lidera o esforço de descarbonização e se cultiva uma cultura empresarial comprometida com o futuro do planeta.
A digitalização assume um papel fundamental na monitorização e melhoria dos indicadores ambientais, sociais e de governação. Tecnologias digitais avançadas são utilizadas para recolher e analisar dados em tempo real, o que permite uma gestão mais eficaz dos recursos e uma resposta rápida a desvios face aos objectivos de sustentabilidade. Além disso, a digitalização contribui para aumentar a transparência e melhorar a comunicação dos resultados ESG junto dos stakeholders.
Quanto à saída progressiva das fontes de energia mais poluentes, essa gestão tem ocorrido pela desactivação gradual das centrais a carvão e pela substituição por fontes renováveis. Os principais desafios enfrentados passam pelos custos elevados da transição e pela necessidade de assegurar a estabilidade da rede elétrica durante este processo. A implementação das infraestruturas renováveis exige avanços tecnológicos constantes para aumentar a eficiência e reduzir custos, bem como uma gestão rigorosa das redes para lidar com a intermitência das fontes solar e eólica. Integrar estas fontes em larga escala, mantendo a segurança e estabilidade do fornecimento, é um desafio técnico de longo prazo. Para responder a estas dificuldades, tem sido fundamental à EDP um planeamento cuidadoso, aliado a investimentos em inovação e em tecnologias de armazenamento de energia.
Para além do foco na transição energética e sustentabilidade ambiental, a responsabilidade social assume também um papel central na estratégia da EDP. No que diz respeito à promoção da diversidade e inclusão, têm sido implementadas várias iniciativas, como programas de formação, políticas de recrutamento inclusivas e a criação de grupos de afinidade. Há ainda metas específicas para aumentar a representação de grupos sub-representados nos níveis de liderança, reconhecendo que a diversidade é um factor essencial para a inovação e o sucesso organizacional.
No âmbito do impacto social, desenvolvem-se projectos variados que incluem programas de apoio ao empreendedorismo, acesso à energia limpa em comunidades locais, e iniciativas de educação e formação, especialmente na literacia energética e na transição justa. Estabelecem-se parcerias com outras organizações para acções como limpeza de florestas e oceanos, recuperação de habitações e apoio a grupos vulneráveis. O objectivo principal é melhorar a qualidade de vida nas comunidades onde atua, promover a educação e o desenvolvimento económico, e fortalecer as relações com os stakeholders. Esta estratégia, denominada EDP Y.E.S. – You Empower Society –, tem gerado um impacto positivo significativo, contando frequentemente com a mobilização dos colaboradores como voluntários.
Este artigo faz parte do Caderno Especial “ESG”, publicado na edição de Junho (n.º 231) da Executive Digest.














