A Alstom, gigante francesa da indústria ferroviária, está a intensificar a sua presença em Portugal, com foco na produção de comboios, sistemas de sinalização e manutenção. A empresa encerrou o seu ano fiscal de 2024-2025 com receitas de 809 milhões de euros nos mercados ibéricos, consolidando o crescimento em Espanha e Portugal e reforçando a ambição de se tornar um ator-chave na modernização da ferrovia nacional.
Entre os principais projetos em carteira está a adjudicação pela Comboios de Portugal (CP) para o fabrico de 117 novos comboios, num investimento superior a 800 milhões de euros. O contrato, cuja assinatura está pendente de uma revisão judicial, representa um passo decisivo na industrialização ferroviária portuguesa. “Temos um plano industrial muito sério para Portugal”, garantiu Leopoldo Maestu, CEO da Alstom para Espanha e Portugal, de acordo com o ‘elEconomista’.
Além do fornecimento de material circulante, a Alstom quer expandir-se no país com soluções para comboios urbanos, regionais e de alta velocidade, bem como sistemas de sinalização ferroviária. Um dos projetos em vista é a implementação do sistema europeu de controlo de tráfego ERTMS no eixo Lisboa-Porto, promovido pela Infraestruturas de Portugal (IP).
Apesar do crescimento, a carteira de encomendas na Península Ibérica caiu ligeiramente para 4,263 mil milhões de euros, reflexo do aumento das entregas durante o ano. Ainda assim, o equilíbrio entre mercado interno (46%) e exportações (54%) mantém-se estável, com Portugal a ganhar protagonismo nas operações da empresa.
A Alstom vê Portugal não apenas como um mercado-alvo, mas também como uma plataforma de exportação e desenvolvimento. A empresa já participa no projeto do metro do Porto, com ligação a outras operações internacionais, como os metros de Singapura, Barcelona e trens regionais para o Luxemburgo.
A Alstom conta com mais de 3.000 colaboradores ibéricos, quatro fábricas e cinco centros de engenharia.














