Compra do Novo Banco pelo BPCE mostra “confiança renovada” na banca nacional, considera a DBRS

A aquisição do Novo Banco pelos franceses da BPCE mostra uma “confiança renovada no sistema bancário português”, disse hoje a agência Morningstar DBRS, que considera a transação o “culminar” de uma transformação de vários anos no banco.

Executive Digest com Lusa
Junho 13, 2025
17:05

A aquisição do Novo Banco pelos franceses da BPCE mostra uma “confiança renovada no sistema bancário português”, disse hoje a agência Morningstar DBRS, que considera a transação o “culminar” de uma transformação de vários anos no banco.

Num comentário, hoje divulgado, a entidade considera que “esta transação marca o culminar de uma transformação de vários anos do novobanco [Novo Banco] e é representativa da mudança estrutural do setor bancário português em geral”.

 A Lone Star chegou a acordo com o grupo bancário francês BPCE para a venda do Novo Banco por um montante equivalente a uma valorização de 6.400 milhões de euros para 100% do capital social, foi hoje anunciado.

Em comunicado, o BPCE disse estar ainda “em conversações com o Governo português e com o Fundo de Resolução Bancária com vista à aquisição das suas participações no novobanco (11,5% e 13,5%, respetivamente), em condições idênticas”.

A Morningstar DBRS lembrou que o Novo Banco emergiu do colapso do Banco Espírito Santo em 2014, e a Lone Star comprou a participação de 75% no banco em dificuldades em 2017.

“As implicações desta transação para o sistema bancário português são mais limitadas do que as de outras soluções alternativas, incluindo a possibilidade de os concorrentes nacionais ou espanhóis adquirirem o novobanco”, destacou, lembrando que “as maiores instituições de crédito portuguesas e espanholas também manifestaram interesse”.

“Na nossa opinião, o setor bancário português já é muito competitivo e não necessitava urgentemente de uma consolidação nacional adicional, e a perspetiva de os bancos espanhóis fazerem novas incursões no mercado português parecia complicada devido à política existente na Península Ibérica”, disse a organização.

“Em vez disso, esperamos que a penetração do BPCE no mercado português enfrente menos ventos contrários e, talvez mais importante, o interesse transfronteiriço no novobanco ilustra a confiança renovada no sistema bancário português”, disse a agência.

A compra do Novo Banco pelo BPCE marca a entrada do grupo francês na banca de retalho em Portugal, onde já atua no crédito ao consumo e banca de investimento através do Banco Primus, da Oney e da Natixis.

“O BPCE emprega atualmente mais de 3.000 pessoas em Portugal, um número que testemunha o seu compromisso permanente com o país. A abertura, desde 2017, de um centro de competências multiempresarial no Porto veio aprofundar os vínculos locais”, disse, num comunicado hoje divulgado.

Ao integrar o Novo Banco no grupo, e juntamente com as redes bancárias Banque Populaire e Caisse d’Epargne, que detém em França, o BPCE afirma que “reforçará ainda mais o seu papel de importante parceiro de desenvolvimento da economia portuguesa, reconhecida pelos seus sólidos fundamentos e resiliência”.

Em Portugal, o grupo bancário francês detém já atualmente um centro de desenvolvimento da Natixis, estabelecido há oito anos no Porto e que, com um total de 2.500 funcionários, presta ao BPCE serviços na área da banca de investimento, gestão de ativos, risco, finanças e ‘compliance’.

Opera ainda no país com o Banco Primus, detido a 100% pelo BPCE Financement. Com sede em Lisboa, 130 trabalhadores e especializado no crédito ao consumo, está sobretudo focado no financiamento de automóveis usados

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