Mãe confessa a juiz que tentou matar o filho bebé de cinco meses no Pediátrico de Coimbra
Uma jovem de 20 anos confessou ao juiz de instrução criminal a intenção de matar o próprio filho, um bebé de cinco meses, durante o interrogatório judicial realizado na quarta-feira. A criança encontrava-se internada nos cuidados intensivos do Hospital Pediátrico de Coimbra, onde foi vítima de duas tentativas de homicídio, de acordo com nota do Ministério Público.
Os factos ocorreram entre 31 de dezembro de 2024 e 2 de janeiro de 2025, segundo o comunicado divulgado pelo Ministério Público. A primeira tentativa deu-se na véspera de Ano Novo, quando a mãe, alegadamente, colocou algodão dentro da cânula da traqueostomia que permitia ao bebé respirar. Apesar disso, foi a própria jovem quem alertou a equipa médica para as dificuldades respiratórias que a criança apresentava.
A segunda tentativa ocorreu dois dias depois, quando a mãe inseriu pedaços de papel na cânula, bloqueando-a completamente. Este ato resultou numa paragem cardiorrespiratória do bebé, que foi prontamente assistido pelos profissionais de saúde.
O Ministério Público revelou ainda que a investigação está a ser conduzida pelo Departamento de Investigação e Ação Penal (DIAP) de Coimbra, que indiciou a mãe por um crime de homicídio qualificado na forma tentada.
Durante o interrogatório, a arguida assumiu a intenção de tirar a vida ao filho, o que levou o juiz a determinar a aplicação de medidas de coação severas. A jovem encontra-se agora em prisão preventiva, está proibida de contactar com o filho e viu suspenso o exercício das responsabilidades parentais.
A investigação continuará com a realização de perícias de foro mental à arguida, na tentativa de compreender os motivos que possam ter levado a este comportamento. Até ao momento, nem a Polícia Judiciária (PJ), que revelou a detenção, nem o Ministério Público avançaram com explicações para os atos da jovem mãe.
Alerta dado por profissionais de saúde
Foi a equipa médica do Hospital Pediátrico de Coimbra que deu o alerta às autoridades. Desde finais de dezembro de 2024, a Polícia Judiciária esteve envolvida na recolha de provas, investigando a sabotagem do sistema de suporte respiratório do bebé.
O hospital, por sua vez, recusou-se a prestar esclarecimentos sobre o caso, mas confirmou-se que a criança permanece internada naquela unidade.