Ucrânia: Rússia exige acordos juridicamente vinculativos para resolver conflito

A Rússia advertiu hoje que o conflito com a Ucrânia, que invadiu há três anos, só pode ser resolvido com base em acordos juridicamente vinculativos e com mecanismos que impossibilitem serem violados.

“Só podemos falar de acordos fiáveis e juridicamente vinculativos, que devem incluir um mecanismo que impossibilite a sua violação”, afirmou o ministro dos Negócios Estrangeiros russo, Serguei Lavrov, citado pela agência espanhola EFE.

Lavrov comentava as possíveis negociações futuras sobre a Ucrânia durante uma conferência de imprensa após conversações com o homólogo do Quirguistão, Jeenbek Kulubayev.

O chefe da diplomacia russa reafirmou que a Rússia está determinada a atingir os objetivos da “operação militar especial” na Ucrânia, eliminando “as suas causas profundas”.

A Rússia invadiu a Ucrânia em fevereiro de 2022 para “desmilitarizar e desnazificar” o país vizinho, e designa a guerra em curso como uma “operação militar especial”.

Lavrov disse que os Estados Unidos e a Europa estão a aperceber-se cada vez mais de que, sem a Rússia atingir os seus objetivos, será “impossível pôr fim ao conflito” na Ucrânia.

O vice-ministro dos Negócios Estrangeiros russo, Serguei Riabkov, admitiu hoje que existe “uma pequena janela de oportunidade” para chegar a um acordo com os Estados Unidos, cujo novo Presidente, Donald Trump, prometeu acabar com a guerra na Ucrânia.

Trump, que prometeu acabar com a guerra em 24 horas e está agora a pedir 100 dias para alcançar a paz, ameaçou na terça-feira impor mais sanções à Rússia se o Presidente russo, Vladimir Putin, se recusar a negociar um cessar-fogo com a Ucrânia.

Trump disse ainda que estava a reconsiderar o envio de armas para a Ucrânia e que tencionava falar “muito em breve” com o homólogo ucraniano, Volodymyr Zelensky, e com Putin.

A Ucrânia tem contado com o apoio de países aliados para fazer frente às tropas russas, sendo os Estados Unidos o maior fornecedor de armamento e ajuda financeira de Kiev.

Desconhece-se o número de vítimas em quase três anos de guerra, mas diversas fontes, incluindo a Organização das Nações Unidas, têm admitido que será elevado.