Governo espera que turismo cresça 2 a 5% este ano após recorde de 2024

O Governo espera que o setor do turismo cresça entre 2 e 5% este ano, depois dos números recorde de 2024, disse hoje o secretário de Estado do Turismo, Pedro Machado.

“Os 30 milhões de estrangeiros que tivemos em 2024, os 27 mil milhões de euros de receitas que arrecadámos em 2024, estimamos que possam ter um crescimento na ordem dos 2 a 5% em 2025”, afirmou Pedro Machado, na Feira Internacional de Turismo de Madrid (FITUR), considerada uma das maiores do mundo.

O secretário de Estado realçou, em declarações a jornalistas, que Portugal está “a fazer uma aposta muito séria no alargamento” dos mercados internacionais de origem dos turistas que visitam o país e referiu o objetivo de reforço do Brasil e dos Estados Unidos da América, com “novas companhias aéreas que já estão a vender as suas viagens em Portugal”.

“Portugal não tem turistas a mais, temos sim alguma pressão, é bom reconhecê-lo, em alguns pontos, que é preciso mitigar com a gestão e a coordenação desses fluxos. Mas quando olhamos as sete regiões de norte a sul, quando pensamos nos Açores e a Madeira, nós temos capacidade de continuar a crescer”, defendeu.

Para o secretário de Estado, é “um mito urbano” atribuir ao turismo a “responsabilidade direta” dos problemas de acesso à habitação em Portugal e “dizer que a pressão turística de alguma forma está a ameaçar o crescimento e a sustentabilidade dos territórios”.

“Há regiões em Portugal cuja taxa de ocupação [turística] média fica aquém dos 50%, o que significa que há uma margem para crescer”, insistiu, dizendo que o país “precisa sim de uma política de habitação efetiva”, que “está a acontecer na parte do Ministério das Infraestruturas”, e também “de consolidar e tratar bem a agenda da sustentabilidade”, o que inclui a “distribuição de fluxos turísticos pelos territórios”, tentando, por exemplo, levar mais visitantes ao interior e mitigar a pressão em zonas do litoral.

Em relação a Espanha, onde hoje arrancou a edição anual da FITUR, Pedro Machado afirmou ser “um mercado particularmente importante”, que gerou mais de 10% das receitas do turismo português em 2024 e foi origem de 2,8 milhões de turistas no ano passado.

Também em relação a Espanha o objetivo é crescer em 2025 “e chegar aos três milhões de espanhóis a visitarem e a estarem em Portugal”, afirmou, realçando que há já uma “boa perspetiva” para ser alcançado esse número.

Espanha é já o maior mercado de origem de turistas na região Norte de Portugal, disse por seu turno o presidente do Turismo do Porto e Norte, Luís Pedro Martins, que destacou também o aumento de visitantes oriundos de outras partes do mundo, como a América do Norte ou o Brasil, e o recorde de passageiros no aeroporto do Porto no ano passado.

“Apesar de todo este contexto internacional estranho e difícil, o turismo vai continuando a trazer para Portugal bons resultados”, disse Luís Pedro Martins.

O presidente do Turismo do Porto e Norte destacou que existem de novo boas perspetivas para 2025 e, em concreto na região norte, um calendário de iniciativas para este ano que deverão atrair milhares de pessoas.

Entre essas iniciativas, confirmou “90% de possibilidades” de a regata Ocean Race passar em agosto pelo Porto, Matosinhos e Gaia.

Portugal está este ano representado na FITUR com 120 empresas e as sete regiões de turismo, além de entidades e associações municipais, segundo o Turismo de Portugal.

Esta representação portuguesa ocupa 1.700 metros quadrados e é a maior área de sempre na FITUR, que arrancou hoje e termina no domingo.

A FITUR espera ter o mesmo número de visitantes de 2024, cerca de 250 mil pessoas, entre profissionais e público em geral.

Estão presentes 9.500 empresas (mais 500 do que em 2024) de 156 países e 884 expositores, num crescimento de 10% em relação ao ano passado.

Esta é a 45.ª FITUR e há um recorde de 101 países com representação oficial.

O Brasil é o país convidado da edição deste ano.