Governo reúne-se hoje com profissionais do Ensino Superior que exigem atualização salarial urgente
O Ministério da Educação, Ciência e Inovação vai reunir-se esta quarta-feira, às 14h30, com o Sindicato Nacional do Ensino Superior (SNESup).
O sindicato exigiu a “atualização urgente do índice remuneratório de base (índice 100) das carreiras docentes do ensino superior e da carreira de investigação científica (…), a revogação, com efeitos retroativos, da prática seguida para progressão remuneratória horizontal, em que se exigem seis anos consecutivos com menção máxima na avaliação de desempenho, a progressão horizontal deve ser semelhante à dos restantes trabalhadores da administração pública (…) e o aumento do número de escalões remuneratórios nas três posições das carreiras, de modo a possibilitar a progressão salarial, dependente da avaliação de desempenho”.
A direção SNESup já se reuniu, no passado dia 8, com o ministro Fernando Alexandre e a equipa ministerial do Ministério da Educação, Ciência e Inovação “para apresentação e discussão da proposta de revisão do Regime Jurídico das Instituições do Ensino Superior (RJIES), elaborada pela tutela. Após análise da proposta de lei que nos foi apresentada concluímos que apesar de conter aspetos positivos, mantém opções que classificamos como erradas”, apontou em comunicado.
Mais de 30% de perda de poder de compra nos últimos 20 anos, sistema de avaliação que obriga a ter nota máxima seis anos consecutivos para subir na carreira, situação laboral precária de docentes e investigadores. Estes são alguns dos problemas que o presidente do SNESUP, José Moreira, considerou como graves e que estão a levar os profissionais ao “ponto de não retorno”.
José Moreira enumerou vários problemas, com impacto na vida dos profissionais e consequente “cansaço, desgaste e saturação”. “A primeira questão é a perda de poder de compra, que nos últimos 20 anos já superou os 30%, o que é gravíssimo porque estes profissionais são altamente qualificados. Estamos a perder, em cada 3 remunerações, 1 renumeração”, frisou, acusando os Governos anteriores e o atual Ministério da Educação, Ciência e Inovação de “fazerem orelhas moucas” à pretensão de ajustar salários face à inflação, ano após ano.