Soldado norte-coreano capturado pela Ucrânia reconhece ter chegado à Rússia “sem saber contra quem lutava”: veja o vídeo

Um soldado norte-coreano que foi capturado quando lutava pela Rússia na Ucrânia garantiu que não sabia contra quem iria lutar quando foi enviado por Pyongyang para a região russa de Kursk, indicou esta terça-feira a revista ‘Newsweek’.

Num vídeo divulgado por Volodymyr Zelensky nas redes sociais, é possível ver-se um dos dois soldados norte-coreanos capturados vivos sob interrogatório pelo Serviço de Segurança da Ucrânia (SBU) em Kiev – o soldado indicou que chegou à Rússia num navio de carga com cerca de 100 outros, antes de apanharem um comboio para a região de Kursk – o soldado afirmou ao interrogador que não sabia, antes de vir para a Rússia, que estaria a lutar no país ao lado das forças de Moscovo – aliás, nem sequer sabia contra quem lutava desde que chegou à Rússia.

“Sabe alguma coisa sobre a Coreia do Sul?”, perguntou o interrogador. “Só sei que tem menos montanhas do que a Coreia do Norte”, respondeu o soldado, salientando que houve muitas vítimas na Rússia, mas que “no geral, é difícil responder sobre números tão grandes”.

Acredita-se que alguns dos soldados pertençam às forças especiais de Pyongyang, que foram enviados pelo aliado do Kremlin, Kim Jong-Un, que chegaram à Rússia em outubro do ano passado e entraram em combate no início de dezembro. Segundo o Serviço Nacional de Inteligência da Coreia do Sul (NIS), cerca de 300 soldados norte-coreanos enviados à Rússia para lutar contra as forças ucranianas foram mortos e outros 2.700 ficaram feridos. As enormes baixas são explicadas devido à falta de compreensão da guerra moderna – o serviço de inteligência destacou ainda que alguns fazem-se explodir para evitar serem capturados.

“Eu não sabia antes de vir para a Rússia que estaria a lutar aqui e eu nem sabia contra quem estávamos a lutar”, reconheceu o soldado norte-coreano. Para Zelensky, “é uma questão de tempo até que as nossas tropas consigam capturar outros. Não deve haver dúvidas no mundo de que o exército russo depende da assistência militar da Coreia do Norte. Putin começou há três anos com ultimatos à NATO e tentativas de reescrever a história, mas agora não consegue sobreviver sem apoio militar de Pyongyang”.

“A Ucrânia está pronta para entregar os soldados de Kim Jong-Un se ele puder organizar a troca por nossos guerreiros que são mantidos em cativeiro na Rússia”, referiu o presidente ucraniano. “Para os soldados norte-coreanos que não desejam regressar, pode haver outras opções disponíveis. Em particular, aqueles que expressarem o desejo de trazer a paz para mais perto, espalhando a verdade sobre esta guerra em coreano, receberão essa oportunidade.”