China disputa com Chile título de ‘rei do lítio’ depois da descoberta de jazida com 2.800 quilómetros

O lítio é um dos metais mais importantes para completar a transição energética e desenvolver veículos elétricos (EV): é o principal componente utilizado no fabrico de baterias e, como tal, a procura tem contribuído para torná-lo um dos principais protagonistas dos últimos anos.

O fornecimento de lítio tornou-se uma questão estratégica para muitos países, sendo que a procura por novas fontes deu resultados muito positivos à China nas últimas semanas: acabou por encontrar uma das maiores jazidas conhecidas e tornou-se o segundo maior detentor de reservas comprovadas de lítio do mundo, apenas atrás do Chile. A nova jazida fez com que a China passe de 6% das reservas mundiais conhecidas para 16,5%.

Os números da descoberta são enormes: numa jazida de 2.800 quilómetros de extensão, terão sido encontradas reservas de lítio suficientes para extrair entre 6,5 e 30 milhões de toneladas do metal, um número gigante face à estimativa do Governo americano do total mundial, avaliado em cerca de 105 milhões de toneladas no final do ano passado.

Segundo dados do Escritório de Pesquisa Geológica dos Estados Unidos, o Chile fechou o ano de 2024 como o principal país do mundo em reservas comprovadas de lítio, ou seja, depósitos comprovadamente exploráveis ​​economicamente com as tecnologias e métodos em vigor. O Chile possui 9,3 milhões de toneladas de lítio nessas reservas e, até a descoberta da China, a Austrália permanecia em segundo lugar, com 6,2 milhões de toneladas, e a Argentina em terceiro, com 3,6 milhões de toneladas. A China era o quarto país, com 3 milhões de toneladas em reservas.

Se a nova jazida chinesa confirmar todo o potencial que as autoridades indicaram, fará do país asiático o mais importante do planeta em termos deste recurso, ultrapassando pela primeira vez os 22 milhões de toneladas que se calculam no território argentino.

O aumento das reservas provadas da China também está relacionado com melhorias nas técnicas de extração utilizadas em fontes como lagos salinos: o aprimorar dessas técnicas está a permitir aumentar o volume de lítio contido nas reservas provadas do país, levando a China a se tornar o terceiro maior produtor de lítio em lagos salinos do mundo.