Portugal no top 20 dos países europeus com mais investidores ativos em startups tecnológicas
Portugal ocupa o 16º lugar entre os países europeus com mais investidores ativos no setor das startups tecnológicas, registando 1450 transações e 3,6 mil milhões de euros de investimento entre 2000 e 2023.
As startups tecnológicas têm um enorme potencial para impulsionar a inovação e o progresso económico, mas enfrentam desafios financeiros que apenas investidores especializados em Patentes e Propriedade Intelectual (PI) conseguem enfrentar de forma eficaz. Um novo relatório divulgado hoje pela Organização Europeia de Patentes (OEP) destaca o papel fundamental dos investidores especializados para o sucesso comercial de invenções disruptivas, revelando também as principais tendências no financiamento de tecnologia na Europa.
O estudo sublinha que o financiamento em tecnologia na Europa é impulsionado principalmente por grandes programas públicos e investidores privados especializados. Contudo, a análise revela um défice de financiamento em comparação com os Estados Unidos, o que dificulta a transformação de inovações em startups escaláveis, levando muitos empreendedores a procurar oportunidades fora da Europa.
“As startups desempenham um papel crucial na comercialização de ideias disruptivas com grande potencial para estimular o progresso. No entanto, conforme destacado no relatório de Mario Draghi, muitas empresas inovadoras enfrentam obstáculos financeiros para crescer na Europa”, afirma António Campinos, presidente da OEP. “Este défice de financiamento dificulta a transformação da inovação em startups escaláveis, levando os empreendedores a procurar oportunidades no exterior. Colmatar esta lacuna é crucial para revitalizar o crescimento sustentável em toda a Europa”.
O relatório introduz ainda uma nova métrica, o Technology Investor Score (TIS), que mede a percentagem de empresas que apresentaram pedidos de patentes na carteira de um investidor. O estudo revela que 88% dos investidores europeus têm carteiras que incluem empresas com patentes, sendo que 8% têm mais de metade das suas empresas detentoras de patentes, destacando um forte envolvimento com startups de base tecnológica.
Em termos de principais investidores, os cinco mais centrais da rede europeia de co-investidores são grandes entidades públicas, como o European Innovation Council (CEI), a Innovate UK e o Programa Eurostars para as PME, entre outros. Além disso, o relatório destaca que 62% dos investidores privados se concentram no financiamento de startups em fase inicial, enquanto apenas 22% se especializam em fases finais, refletindo a limitação de capital disponível na Europa para expandir as tecnologias. Este cenário contrasta com o apoio privado mais robusto nos Estados Unidos, onde a maioria dos investidores se foca em empresas em fases mais avançadas.
Em Portugal, os principais investidores em iniciativas de base tecnológica incluem a Portugal Ventures, o EIC, a EIT Health e a Caixa Capital, que representam cerca de 40% do investimento no país na área das tecnologias. Além de Portugal, o Reino Unido, França e Alemanha lideram o financiamento e o número de transações, com cerca de 75.800 transações e um financiamento total de aproximadamente 392 mil milhões de euros entre 2000 e 2023.
O estudo da OEP integra também uma atualização ao Deep Tech Finder, uma ferramenta gratuita que ajuda as startups a encontrar investidores adequados com base em critérios como o tipo de ronda de investimento, o país ou o domínio tecnológico. Este esforço é parte de uma iniciativa mais ampla da OEP para apoiar as PME e startups na Europa e incentivar a inovação no continente.