Cessar-fogo à vista? Acordo entre Israel e Hamas será anunciado esta quinta-feira

As negociações entre Israel e o Hamas, mediadas no Qatar, estão próximas de alcançar um acordo de cessar-fogo e libertação de reféns, com o anúncio oficial esperado já para esta quinta-feira, segundo várias fontes. A informação foi inicialmente divulgada por Barak Ravid, correspondente de assuntos globais do Axios e analista da CNN, que partilhou na plataforma X: “Um avanço foi alcançado nas negociações entre Israel e o Hamas em Doha, e um acordo para libertação de reféns e cessar-fogo é iminente, disseram-me três altos funcionários israelitas.”

Contudo, Ravid acrescentou que “o gabinete do primeiro-ministro israelita afirma que o Hamas ainda não deu a sua aprovação final ao acordo”.

De acordo com o canal de notícias palestiniano KAN News, as negociações registaram progressos significativos. “Um avanço foi alcançado nas conversações, e o anúncio do acordo é esperado para amanhã”, indicaram fontes ligadas ao processo.

O eventual acordo poderá resultar na maior troca de prisioneiros dos últimos anos. Na sua primeira fase, estão previstas a libertação de 33 reféns israelitas e a libertação de “várias centenas de prisioneiros palestinianos”, segundo um funcionário do governo israelita.

Recorde-se que o conflito atual teve início a 7 de outubro de 2023, quando militantes liderados pelo Hamas lançaram um ataque no sul de Israel, matando cerca de 1.200 pessoas e sequestrando aproximadamente 250. Estima-se que ainda existam cerca de 100 reféns em Gaza, com um terço presumivelmente mortos.

A resposta militar de Israel a este ataque tem provocado consequências devastadoras. De acordo com o Ministério da Saúde de Gaza, mais de 44.500 palestinianos perderam a vida, sendo a maioria mulheres e crianças. Por outro lado, o exército israelita afirma ter eliminado mais de 17.000 combatentes do Hamas, embora não tenha apresentado provas para sustentar estas alegações.

Israel tem defendido que o Hamas frequentemente opera em áreas civis, utilizando escolas, mesquitas e habitações para esconder infraestruturas militares, como túneis e lançadores de rockets. Esta prática tem sido apontada como um dos fatores que dificultam a separação entre alvos militares e civis, exacerbando a crise humanitária na região.

Caso o acordo seja formalizado, marcará um ponto crítico nas relações entre Israel e o Hamas, ao mesmo tempo que oferece uma oportunidade para aliviar a crise humanitária em Gaza. No entanto, permanecem dúvidas sobre a implementação do cessar-fogo e a continuidade do processo de libertação de reféns e prisioneiros.

As próximas horas serão decisivas para determinar se o esperado anúncio trará alívio ou se as negociações continuarão a enfrentar obstáculos significativos.